09 mar, 2022 • Beatriz Lopes , João Campelo (sonorização)
A pandemia roubou-lhes dois anos de liberdade, mas aos olhos dos mais jovens, em duas semanas, Vladimir Putin, “uma pessoa que sempre subestimámos”, já roubou ao mundo muito mais: a dignidade humana, a democracia e a tolerância – valores europeus pelos quais os mais jovens se dizem reger e que tentam agora, “a todo o custo”, recuperar.
Enquanto Kiev adormece e acorda ao som de sirenes, por cá, as gerações mais novas querem pelo menos "despertar o mundo" da indiferença. Uns, saem às ruas para se opor “aos regimes totalitários” e para que “outros países ponham pressão na Rússia”. Outros, como o jovem professor Miguel Serra, fazem-se à estrada já nesta sexta-feira rumo à Polónia “para dar o corpo ao manifesto” com a missão de trazer para Portugal 100 refugiados.
No segundo episódio do Geração Z, falamos dos medos que estes jovens sentem perante a atual guerra, que surgiu “numa manhã, de repente”, e que os leva a questionar: “Como é que a vida de tanta gente fica neste estado por causa de uma pessoa?”
Com a ajuda da socióloga Sandra Mateus, vamos perceber como se pode "tentar normalizar" a vida dos milhares de jovens refugiados que vão chegar agora a outros países, entre eles Portugal. É que, mesmo passada a fronteira, os obstáculos e as barreiras continuam: uma nova língua, um novo bairro, uma nova escola, uma nova rotina que "muitas vezes leva muito tempo até voltar a ser instalada" e que, noutros países, como na Grécia, os deixa "isolados e entregues a si próprios".