29 nov, 2024
Está em vigor o acordo de cessar fogo no Líbano, subscrito por Israel e pelo Hezbollah. Um acordo impulsionado pelos Estados Unidos e também pela França.
Na alocução em que explicou o acordo, o primeiro ministro Netanyahu falou como um vencedor, avisando que ao menor indício de violação do acordo por parte do Hezbollah o poder militar de Israel responderá energicamente. É esta a posição de Israel, que tem mantido em Gaza um mortífero domínio, inviabilizando até o fornecimento de ajuda humanitária.
Aceita-se a ideia de que os movimentos terroristas, como o Hezbollah e o Hamas, não conhecem limites éticos na sua luta contra Israel. Já não é aceitável que Israel se defenda matando em Gaza mais de 43 mil civis inocentes. Assim, o atual governo de Israel é um fraco adepto da visão democrática da vida política. Aliás, no governo israelita estão vários extremistas, um dos quais considerou o cessar fogo “um erro histórico”.
O Presidente americano J. Biden logrou concretizar um sucesso diplomático antes de Trump reocupar a Casa Branca. Mas os Estados Unidos nunca cessaram o seu apoio militar a Israel, nem colocaram condições aos israelitas para receberem esse apoio. Condições, por exemplo, sobre evitar mortandades de civis, porque os terroristas se misturam com as populações. Washington apenas exortou Israel a moderar os seus ímpetos bélicos, o que Israel tem sistematicamente ignorado.
Por isso o acordo de cessar fogo agora obtido é um pequeno passo no sentido da paz, mas são escassas as probabilidades de ele levar a uma paz sólida.
Francisco