Siga-nos no Whatsapp
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​O cessar fogo e a paz

29 nov, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O acordo de cessar fogo agora obtido no Líbano é um pequeno passo no sentido da paz, mas são escassas as probabilidades de ele trazer uma paz sólida. Não é defensável que Israel se defenda matando em Gaza mais de 43 mil civis inocentes. Por isso Israel é um fraco adepto da visão democrática da vida política.

Está em vigor o acordo de cessar fogo no Líbano, subscrito por Israel e pelo Hezbollah. Um acordo impulsionado pelos Estados Unidos e também pela França.

Na alocução em que explicou o acordo, o primeiro ministro Netanyahu falou como um vencedor, avisando que ao menor indício de violação do acordo por parte do Hezbollah o poder militar de Israel responderá energicamente. É esta a posição de Israel, que tem mantido em Gaza um mortífero domínio, inviabilizando até o fornecimento de ajuda humanitária.

Aceita-se a ideia de que os movimentos terroristas, como o Hezbollah e o Hamas, não conhecem limites éticos na sua luta contra Israel. Já não é aceitável que Israel se defenda matando em Gaza mais de 43 mil civis inocentes. Assim, o atual governo de Israel é um fraco adepto da visão democrática da vida política. Aliás, no governo israelita estão vários extremistas, um dos quais considerou o cessar fogo “um erro histórico”.

O Presidente americano J. Biden logrou concretizar um sucesso diplomático antes de Trump reocupar a Casa Branca. Mas os Estados Unidos nunca cessaram o seu apoio militar a Israel, nem colocaram condições aos israelitas para receberem esse apoio. Condições, por exemplo, sobre evitar mortandades de civis, porque os terroristas se misturam com as populações. Washington apenas exortou Israel a moderar os seus ímpetos bélicos, o que Israel tem sistematicamente ignorado.

Por isso o acordo de cessar fogo agora obtido é um pequeno passo no sentido da paz, mas são escassas as probabilidades de ele levar a uma paz sólida.

Francisco

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António J G Costa
    29 nov, 2024 Cacém 12:38
    Pessoas inocentes como Malala Yousafzai, baleada apenas por querer ir à escola. Pessoas inocentes como Mahsa Amini morta por causa do uso do véu. Para vermos a outra face de Gaza, podemos ler o livro de Mosab Hassan Yousef, "O Filho do Hamas".