13 nov, 2024
O governo de Israel é dominado por forças extremistas, ligadas ao fundamentalismo religioso. O ex-ministro da defesa Yoav Gallant defendia um cessar fogo em Gaza. O primeiro-ministro Netanyahu não gostava da ideia e demitiu-o. Netanyahu quer prolongar a guerra, porque é a maneira de permanecer à frente do executivo e de adiar o seu julgamento por corrupção. Por isso saudou com entusiasmo a vitória de Trump.
O governo de Israel não aceita, na prática, a solução dos dois estados e faz tudo para a afastar. A multiplicação de colonatos israelitas é uma forma de impedir um futuro Estado palestiniano. Os colonos israelitas na Cisjordânia atacam, muitas vezes a tiro, os palestinianos, e não são reprimidos pelas forças de segurança de Israel.
A mortandade em Gaza, a que se soma outra tragédia semelhante no Líbano, continua imparável. O recente ataque israelita no Líbano matou mais 38 civis, incluindo sete crianças.
Claro que os civis não são deliberadamente assassinados pelos militares israelitas. Como os terroristas do Hezbollah se abrigam em casas e instalações, misturando-se com a população local, os bombardeamentos israelitas têm inevitavelmente que fazer imensas vítimas inocentes. As populações em desespero tentam fugir, mas não encontram abrigo seguro em parte nenhuma.
Imagens terríveis chegam os nossos televisores praticamente todos os dias, numa sinistra rotina. A agência noticiosa francesa France Presse mostrou imagens de socorristas a escavarem com as próprias mãos nos escombros de uma casa completamente destruída, enquanto uma escavadora removia blocos de pedra, numa comunidade xiita situada na região montanhosa e predominantemente cristã, a cerca de 30 quilómetros de Beirute.
A vitória de Trump nada contribuirá para pacificar as zonas mártires de Gaza e do Líbano.
P.S. Fui surpreendido pala notícia da morte do Eng. Fernando Magalhães Crespo, que durante mais de trinta anos esteve à frente da Rádio Renascença. Foi o Eng. Magalhães Crespo que me convidou para colaborar nesta Rádio, onde me mantenho como colaborador. É com saudade que evoco a figura deste obreiro de uma rádio que é justamente prestigiada em Portugal.
Francisco