11 nov, 2024
Dias depois da vitória eleitoral de Trump nos Estados Unidos, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (que neste semestre preside à UE), veio criar uma rutura no consenso europeu quanto à Ucrânia.
V. Orbán, que no seu país edificou uma “democracia iliberal” (que tem pouco de democrática), chamou a atenção para a posição de Trump sobre a ajuda à Ucrânia. Diz ele que os Estados Unidos, com Trump de novo na Casa Branca, vão desistir de apoiar os ucranianos na sua resistência à invasão russa.
Dir-se-ia, então, que os países da União Europeia (UE) deveriam tentar compensar a falha americana canalizando mais dinheiro e mais armas para a resistência da Ucrânia à agressão russa. Mas a posição de V. Orbán não é essa – ele pretende que a UE deixe de apoiar a Ucrânia. Orbán rejeita o que chama desperdício de recursos da UE numa guerra perdida que se prolonga há três anos.
“Temos de restabelecer a paz”, diz Orbán. Ora a paz, nestas circunstâncias, é a derrota da Ucrânia e a vitória de Putin, autocrata com o qual V. Orbán mantém excelentes relações. Já se sabia que a vitória de Trump nas eleições americanas iria trazer sérios problemas para a Ucrânia. Mas Orbán empenha-se em agravar ainda mais esses problemas, para agradar ao seu amigo Putin.