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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A Ucrânia, depois de Trump e V. Orbán

11 nov, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Viktor Orbán quer que a UE deixe de apoiar a Ucrânia. A paz que ele defende é a vitória do seu amigo Putin.

Dias depois da vitória eleitoral de Trump nos Estados Unidos, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (que neste semestre preside à UE), veio criar uma rutura no consenso europeu quanto à Ucrânia.

V. Orbán, que no seu país edificou uma “democracia iliberal” (que tem pouco de democrática), chamou a atenção para a posição de Trump sobre a ajuda à Ucrânia. Diz ele que os Estados Unidos, com Trump de novo na Casa Branca, vão desistir de apoiar os ucranianos na sua resistência à invasão russa.

Dir-se-ia, então, que os países da União Europeia (UE) deveriam tentar compensar a falha americana canalizando mais dinheiro e mais armas para a resistência da Ucrânia à agressão russa. Mas a posição de V. Orbán não é essa – ele pretende que a UE deixe de apoiar a Ucrânia. Orbán rejeita o que chama desperdício de recursos da UE numa guerra perdida que se prolonga há três anos.

“Temos de restabelecer a paz”, diz Orbán. Ora a paz, nestas circunstâncias, é a derrota da Ucrânia e a vitória de Putin, autocrata com o qual V. Orbán mantém excelentes relações. Já se sabia que a vitória de Trump nas eleições americanas iria trazer sérios problemas para a Ucrânia. Mas Orbán empenha-se em agravar ainda mais esses problemas, para agradar ao seu amigo Putin.

Comentários
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  • Vitor
    13 nov, 2024 Viana do castelo 15:51
    Estou muito mais preocupado com a palestina, porque este sim é um ataque genocida
  • Aguentarão
    11 nov, 2024 Slava Ukrain 09:44
    Há muito que já se percebeu isso. Assim como se sabe que apesar de toda a publicidade, os EUA até agora mandaram 20% do que prometeram e a UE menos ainda. Por outras palavras o esforço maior continua a ser feito pela Ucrânia e a sua indústria bélica. Os EUA cessarem a ajuda é mau, principalmente porque a Europa é um verbo de encher a nivel de produção bélica, mas a Ucrânia aguentar-se-à. Não se derrota um povo que sabe o que quer e já mostrou ser indomável - fossemos nós e os russos atacavam de manhã e à tarde estavam a desfilar no Rossio por entre lençóis branco de rendição.