18 out, 2024
Em 2023 o petróleo chegou a ultrapassar os 90 dólares o barril de Brent, mas esse valor baixou para 75 dólares antes do fim do ano. No ano corrente o receio de Israel atingir as instalações petrolíferas do Irão levou o barril de Brent, em Outubro, a subir 10%, para 80 dólares. O semanário The Economist interrogava-se, na semana passada, até onde poderia subir o preço do petróleo.
Mas nesta semana a notícia de que o presidente Biden tinha convencido Netanyahu, primeiro-ministro israelita, a não alvejar as instalações petrolíferas do Irão, fez o petróleo baixar de preço no mercado mundial, situando-se abaixo de 80 dólares. Surgiram depois dúvidas sobre esse compromisso, o que logo fez o barril de Brent aproximar-se de novo dos 80 dólares. Na passada quinta-feira estava nos 74 dólares.
Percebe-se o nervosismo no mercado petrolífero por causa do agravamento da situação no Médio Oriente. E o receio de um grande produtor como o Irão ter de reduzir as suas exportações de petróleo. Mas a situação no mercado mundial não sugere grandes preocupações.
A oferta de “crude” (petróleo bruto, não refinado) está a aumentar, nomeadamente nos Estados Unidos, que agora são os maiores produtores petrolíferos mundiais, graças ao “fracking”. A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), à qual a Rússia se associou, tentou cortar na produção para fazer subir os preços – mas falhou. A maior parte dos países da OPEP empenha-se, agora, em aumentar a produção.
Do lado da procura os indicadores apontam para uma estagnação. O maior importador mundial de petróleo, a China, tem a sua economia com fracas taxas de crescimento. A economia europeia, muito dependente de petróleo importado, também revela um crescimento modesto. E os automóveis elétricos estão a afastar os veículos com motor de combustão.
Claro que na guerra em curso no Médio Oriente podem surgir novos motivos de preocupação. Mas um novo “choque petrolífero”, levando os preços do “crude” para 130 ou mais dólares, não se vislumbra no horizonte.