16 out, 2024
Os mais recentes números sobre a evolução da economia portuguesa constam de um documento do Governo destinado à Comissão Europeia, com o nome de Plano Orçamental-Estrutural de Médio Prazo. As expectativas do Governo não são famosas.
Se ali se prevê uma pequena subida no crescimento do PIB, de 1,8% no corrente ano para 2,1% em 2025 e depois 2,2% em 2026, nos anos seguintes, 2027 e 2028, a previsão é inferior a 2%. Os números são 1,7% para 2027 e 1,8% para 2028.
Acresce que, perante estas previsões, o Conselho de Finanças Públicas considera provável que, com o fim da execução do Plano de Recuperação e Resiliência, se assista a uma quebra no investimento, levando a economia a abrandar ainda mais.
Porque estará o Governo pessimista quanto à capacidade de crescimento económico do país a médio prazo? Um pessimismo que envolve a própria capacidade governamental de estimular o crescimento da economia.
Talvez a redução, no ano corrente, de apenas 1% no imposto sobre o rendimento das empresas (IRC) tenha contribuído para as perspetivas pouco entusiasmantes do Governo quanto à evolução da economia a médio prazo.
Em Portugal a carga fiscal sobre as empresas é a mais elevada da União Europeia. Mas não se vê da parte do Partido Socialista qualquer disposição para deixar aliviar a sério essa carga excessiva. Com Pedro Nuno Santos o PS deslocou-se mais para a esquerda, aproximando-se do anti-capitalismo do Bloco de Esquerda. A economia sofre.