30 set, 2024
Um acordo de cessar-fogo para o conflito no Líbano foi rejeitado por Israel. Mais uma vez Netanyahu desapontou quem acreditou que, com ele à frente do governo de Israel, seria possível parar o morticínio.
Israel matou o líder do Hezbollah no Líbano, mas matou muito mais gente. Grande parte das vítimas não têm qualquer relação com a milícia xiita. Os recentes bombardeamentos israelitas no Líbano fizeram mais de 700 mortos.
Naquele desgraçado país quem de facto manda é o Hezbollah. Esta poderosa milícia armada xiita protege-se misturando-se com a população, por isso as forças armadas israelitas não poupam civis. Os bombardeamentos aéreos multiplicam os danos colaterais.
Aliás, é o que Israel tem feito em Gaza, onde o número de vítimas mortais todos os dias sobe. Entretanto, os reféns do Hamas (movimento menos forte militarmente do que o Hezbollah) continuam a morrer no cativeiro. Israel faz questão de ser uma democracia, mas a imagem que transmite ao mundo não beneficia nada a causa democrática.
Também quando se trata de uma guerra mais sofisticada, como há dias aconteceu com os “pagers” e “walkie-talkies” que Israel fez explodir no Líbano, não é possível atingir inimigos sem ferir ou matar civis inocentes que possam estar perto desses aparelhos. Uma decisão sensata seria não usar esse meio de ataque, mas Israel, comandado por Netanyahu, não respeita imperativos morais.
A diplomacia dos Estados Unidos empenhou-se na tentativa de conseguir um cessar fogo quanto ao Líbano. Mais uma vez falhou.
A quase um mês da eleição presidencial americana, Washington perde prestígio internacional por não conseguir moderar os ímpetos bélicos de Israel. Desta vez, Macron também surgiu a defender um cessar fogo, talvez para se afastar dos problemas internos franceses.
Francisco