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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Israel e um cessar fogo

30 set, 2024 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Os recentes bombardeamentos israelitas ao Líbano fizeram mais de 700 mortos. Israel rejeitou a proposta de cessar fogo dos Estados Unidos e da França. O número de vidas civis não cessa de aumentar. Quando aceitará Israel um cessar fogo

Um acordo de cessar-fogo para o conflito no Líbano foi rejeitado por Israel. Mais uma vez Netanyahu desapontou quem acreditou que, com ele à frente do governo de Israel, seria possível parar o morticínio.

Israel matou o líder do Hezbollah no Líbano, mas matou muito mais gente. Grande parte das vítimas não têm qualquer relação com a milícia xiita. Os recentes bombardeamentos israelitas no Líbano fizeram mais de 700 mortos.

Naquele desgraçado país quem de facto manda é o Hezbollah. Esta poderosa milícia armada xiita protege-se misturando-se com a população, por isso as forças armadas israelitas não poupam civis. Os bombardeamentos aéreos multiplicam os danos colaterais.

Aliás, é o que Israel tem feito em Gaza, onde o número de vítimas mortais todos os dias sobe. Entretanto, os reféns do Hamas (movimento menos forte militarmente do que o Hezbollah) continuam a morrer no cativeiro. Israel faz questão de ser uma democracia, mas a imagem que transmite ao mundo não beneficia nada a causa democrática.

Também quando se trata de uma guerra mais sofisticada, como há dias aconteceu com os “pagers” e “walkie-talkies” que Israel fez explodir no Líbano, não é possível atingir inimigos sem ferir ou matar civis inocentes que possam estar perto desses aparelhos. Uma decisão sensata seria não usar esse meio de ataque, mas Israel, comandado por Netanyahu, não respeita imperativos morais.

A diplomacia dos Estados Unidos empenhou-se na tentativa de conseguir um cessar fogo quanto ao Líbano. Mais uma vez falhou.

A quase um mês da eleição presidencial americana, Washington perde prestígio internacional por não conseguir moderar os ímpetos bélicos de Israel. Desta vez, Macron também surgiu a defender um cessar fogo, talvez para se afastar dos problemas internos franceses.

Francisco

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  • Sofia
    30 set, 2024 lisboa 10:09
    A razão pela qual deixei de ler a informação da renascença diariamente foi precisamente pela falta de imparcialidade no tratamento noticioso relacionado com Israel. O Francisco S.C. não faz ideia do que é viver num país 4 vezes mais pequeno que Portugal, em que a escassos metros da fronteira estão terroristas cujo único propósito é aniquilar quem lá vive. Faça o exercício de imaginar que vive na fronteira com Espanha e do outro lado está gente desejosa de a cruzar para o torturar e matar. Dito isto, não posso deixar passar a linguagem desinformativa que utiliza para se referir à guerra em Gaza e no Líbano: morticínio? ímpetos bélicos de Israel? Os reféns morrem no cativeiro por culpa de Israel? Se lhe raptassem e torturassem diariamente um filho, um irmão, um primo, ia conversar com os raptores? ou ia fazer tudo ao seu alcance para os recuperar? Sabe com certeza que muitos reféns estão presos em casas de "civis". E também deve saber que o Hamas pagou a "civis" para entrar em Israel a 7 de Outubro e causar a maior quantidade de baixas possível. E também sabe que o Hamas pagou aos "civis" por cada refém trazido para Gaza. Afinal, o que é que são civis em Gaza? Os mesmos que no início da guerra rasgaram os papéis que as IDF lançaram de avião, onde pediam informação sobre o paradeiro dos reféns? A hipocrisia de condenar Israel sem condenar quem causou esta guerra é revoltante. Condena uma democracia e não diz uma palavra sobre as ditaduras bélicas terroristas que grassam nos países muçulmanos que propalam ideias do grande califado ibérico e da aniquilação do estilo de vida ocidental. Alguém com o seu estatuto devia ter mais moderação e sensatez nos comentários que faz.