20 set, 2024
As coisas até pareciam estar a correr bem quanto a incêndios, quando no último fim de semana os fogos florestais regressaram em força. Em apenas poucos dias 2024 tornou-se o pior ano da década em área ardida. E antes tinha havido o incêndio na Madeira.
Não foi o pais inteiro a arder. A maior parte dos incêndios aconteceu no Centro e no Norte. E terá poupado o interior mais a Leste. O distrito de Aveiro, por exemplo, foi muito sacrificado pelo fogo.
Todo o país seguiu, angustiado, as imagens televisivas das chamas a ameaçarem e por vezes a destruírem casas, carros, alfaias agrícolas, etc. Como os bombeiros não podiam estar em todos os sítios onde surgiram chamas, os residentes atacaram o fogo com mangueiras e baldes. Chagou a haver quase duas centenas de fogos a arder em simultâneo.
Voltou a falar-se da falta de ordenamento da floresta e da limpeza das matas. Os particulares não têm meios nem vontade de agir. E o próprio Estado não atua em muitos terrenos que lhe pertencem.
Mas não se justifica que o país entre em depressão por causa dos incêndios. Tem-nos chegado notícias de enormes fogos florestais em territórios ricos, como a Califórnia e a Austrália. Também aí o poder destruidor dos incêndios se tem feito sentir, não obstante a capacidade financeira e tecnológica dessas sociedades.
Uma última palavra sobre a atuação do Governo perante a recente vaga de incêndios florestais. Julgo que o Governo agiu bem, ao concentrar-se no drama dos fogos e ao prometer não largar os autores de fogo posto, bem como ao falar com realismo sobre a situação, sem procurar “dourar a pílula”.