16 set, 2024
Tenho referido na Rádio Renascença a inesperada descida do preço do petróleo, apesar do agravamento do clima político no Médio Oriente. Importa perceber o que causa o surpreendente embaratecimento do “crude” (petróleo bruto). A explicação corrente aponta para uma fraca procura de petróleo no mercado mundial, sendo que o principal importador, a China, dá sinais de ter entrado numa crise económica, reduzindo a sua procura de “crude”.
É sabido que o setor imobiliário chinês sofre uma grave crise, com inúmeros prédios cuja construção foi suspensa e ficou a meio. O crescimento abranda no setor dos serviços. O investimento estrangeiro direto no segundo trimestre do corrente ano caiu para um mínimo histórico. As empresas multinacionais estabelecidas na China estão a retirar dinheiro do país.
O mais grave não são estes sinais económicos negativos. O pior é a atitude que as autoridades chinesas tomaram perante as más notícias: cortar a informação sobre a economia do país e “embelezar” as notícias que o partido comunista da China transmite.
A economia chinesa tornou-se, assim, mais opaca. Quebrou-se a confiança nas informações emitidas pelo poder político de Pequim – e não há outras.
A gravidade da situação levou o semanário The Economist a dedicar o seu principal artigo num número recente à situação na China em matéria de informação económica. Escreve o semanário que a China está a cair nos erros da União Soviética e da própria China quando o regime era menos aberto.
Tudo indica que o espetacular crescimento económico chinês de há alguns anos atrás não se repetirá. Com isso sofre a economia mundial e a procura de petróleo diminui.
Francisco