07 ago, 2024
Está calor. É natural, estamos em pleno verão. Decerto que na faixa litoral do continente português as temperaturas são mais amenas do que no interior, onde o calor é bem mais intenso. Mas não parece que o calor que nos afeta esteja muito acima do que se registou em verões de há vinte ou trinta anos atrás.
De facto, Portugal tem sido poupado a extremos meteorológicos. A televisão tem-nos mostrado catástrofes ambientais um pouco por toda a parte – cheias, furacões, secas que duram longos anos, com um sinistro cortejo de mortos, feridos e desaparecidos.
E não é só noutros continentes que estas desgraças acontecem. Nos últimos meses a TV mostrou graves desastres ambientais em países europeus, como a França, a Alemanha ou a Itália.
O secretário geral da ONU, António Guterres, alertou para que a humanidade está num “momento decisivo” na luta contra as mudanças climáticas, pois o planeta está próximo de ultrapassar o limite do aquecimento global de 1,5 graus centígrados.
Parece que Portugal está alheio à gravidade deste alerta. Só que não termos sofrido até agora de graves desastres ambientais não nos garante de maneira nenhuma que esses desastres não venham a atingir-nos. As probabilidades apontam, até, em sentido contrário.
Daí que seja imperativo prepararmo-nos para o que virá mais cedo ou mais tarde. Desde logo, enfrentando a sério um problema que já afeta muita gente no país - a falta de água.
O que implica investir prioritariamente na poupança de água, combatendo as enormes perdas nas canalizações. E aconselha ainda a procurar que os agricultores acelerem a substituição de algumas das suas atuais culturas por outras menos exigentes em matéria de água.
Este é um assunto pouco simpático. Mas ignorá-lo só pode resultar numa receita para um grave futuro desastre.