10 jan, 2025 • André Rodrigues
Há menos bebés a nascer em Portugal. No ano passado foram realizados 84.600 testes do pezinho.
Fora os anos da pandemia, é o valor mais baixo da última década.
O Explicador Renascença esclarece os dados.
Vários fatores, todos relacionados com as mudanças que foram ocorrendo na rotina e na estrutura das famílias. Há 60 anos, eram mais de 200 mil nascimentos por ano. Atualmente, andamos sempre abaixo dos 86 mil.
Porquê? Desde logo, porque temos menos filhos, porque as mulheres são mães cada vez mais tarde - em média têm o primeiro filho aos 31 anos - o que diminui a probabilidade de ter mais filhos.
2024 é, uma vez mais, a demonstração prática deste cenário: 84.631 bebés fizeram o teste do pezinho. Menos 1.133 do que no anterior.
Fora o período de 2020 a 2022, é o número mais baixo da última década.
Há um dado que é seguro: houve uma queda acentuada dos nascimentos durante a pandemia. Sobretudo em 2021, quando foram realizados menos cerca de 6.300 testes do pezinho.
Em 2022 e em 2023 houve uma ligeira recuperação. E, no ano passado, os números voltaram a cair, com menos de 85 mil bebés a fazer o teste, um número que não se via desde 2016.
O teste do pezinho não fornece dados diretos sobre o número de nascimentos, mas permite acompanhar uma tendência mais precisa da evolução da natalidade.
Ou seja, a uma redução dos testes realizados corresponderá uma redução no número de nascimentos, como se verifica a partir dos dados avançados à Renascença pelo Instituto Ricardo Jorge.
Em que zonas do país há mais e menos nascimentos?
Lisboa realizou mais de 25 mil rastreios, é o maior número dos últimos cinco anos. Já o Porto não foi além dos 15 mil testes, foi a segunda vez que isso aconteceu nos últimos 10 anos.
Seja como for, Lisboa e Porto são - por esta ordem - os dois distritos com mais nascimentos de bebés registados.
Já no caso de Santarém, foram quase 2.900 rastreios neonatal realizados, o valor mais alto alguma vez registado naquele distrito.
Do lado contrário, Bragança, Portalegre e Açores tiveram números abaixo dos do período da Covid-19.