03 jan, 2025 • João Pedro Quesado , André Rodrigues
É uma obra que nunca mais avança. O Metrobus da Avenida da Boavista só vai arrancar em abril deste ano. Era para ser em setembro do ano passado.
Essencialmente, atrasos com os veículos específicos para este tipo de sistema de transporte. São autocarros movidos a hidrogénio que a Metro do Porto já adquiriu, mas que ainda não chegaram. Só vão estar disponíveis em abril. Quanto à infraestrutura, ou seja a linha entre a Casa da Música e a Praça do Império, junto à Foz, está concluída e pronta a utilizar.
A Metro do Porto entende que não faz sentido utilizar veículos provisórios, alegando que isso implicaria alterações técnicas demoradas e com custos elevados que não iriam compensar. Daí esta espera até abril para que tudo comece a funcionar. Isto, claro, se os prazos se cumprirem.
Essa alternativa chegou a ser testada, mas a STCP concluiu que essa solução seria insegura, ineficiente e comercialmente desvantajosa. Porque os autocarros teriam de mudar de faixa ao chegar às paragens no centro da Avenida da Boavista, o que não seria compatível com o projeto do metrobus, que inclui veículos com portas no lado esquerdo, diferente dos autocarros convencionais.
É muito crítica sobre a forma como este tema tem sido tratado. O canal de metrobus na Avenida da Boavista deverá ser transferido para a responsabilidade da autarquia, mas o memorando de entendimento ainda não foi assinado.
Rui Moreira entende que a Metro do Porto não entregou as obras do metrobus ao município e diz não ter conhecimento formal de que a empresa pretenda recorrer a autocarros alugados.
Portanto, há aqui uma série de formalidades administrativas e mal-entendidos que atrasam o arranque da operação do metrobus que, quando estiver a funcionar, vai percorrer toda a Avenida da Boavista até à Praça do Império, mas nunca antes de abril deste ano.