07 jan, 2025 • João Pedro Quesado , André Rodrigues
É cada vez mais difícil conduzir nas cidades portuguesas. De acordo com o estudo de uma consultora norte-americana sobre mobilidade, no ano passado os congestionamentos de trânsito pioraram, sobretudo em Lisboa e no Porto.
Mede-se em horas passadas a mais no trânsito. O relatório da norte-americana INRIX revela que, no espaço de um ano, um condutor em Lisboa passou 60 horas a mais ao volante para completar os seus trajetos de automóvel, mais 5% em relação a 2023.
Mas o Porto foi a cidade onde este problema mais piorou. Entre 2023 e 2024, o número de horas perdidas no trânsito aumentou 16%. Na segunda principal cidade do país, os condutores perderam 36 horas no trânsito.
Essencialmente, o facto de os trajetos atravessarem zonas que são bastante sensíveis em termos de circulação automóvel.
No caso da região de Lisboa os carros circulam entre os concelhos de Oeiras, Sintra e Amadora, e a zona do aeroporto e do Parque das Nações, além de ligações entre a Península de Setúbal e as áreas de Benfica e Ameixoeira, que são eixos de circulação por onde passaram todos os dias muitos milhares de viaturas.
No Porto, as viagens mais frequentes durante as horas de ponta ligam o os concelhos do Porto e de Matosinhos a Penafiel e Valongo, municípios onde não há alternativas competitivas de transportes públicos.
A culpa será das obras do Metro do Porto. A cidade tem estaleiros de obras em vários pontos centrais: Avenida dos Aliados, Praça da Galiza, Avenida da Boavista. Tudo isto relacionado com a expansão do Metro do Porto, incluindo as linhas Rosa, Rubi e o canal de metrobus na Avenida da Boavista.
Nos municípios perto de Lisboa, Cascais registou 26 horas perdidas no trânsito, e o Montijo 15 horas a mais ao volante.
Coimbra também apresenta tempos elevados: cada condutor perdeu 22 horas no trânsito, sendo que a maior parte tem origem fora do concelho, principalmente Cantanhede, Oliveira do Bairro, Águeda e Oliveira de Frades.
É um cenário não muito diferente daquele que se encontra na região de Braga, onde o tráfego automóvel gera entre 20 e 22 horas a mais perdidas no trânsito.
Dois casos: Guimarães e Évora foram as únicas cidades com uma redução no trânsito em 2024 na comparação com o ano anterior. Já nas Caldas da Rainha, tudo na mesma, não houve alterações no volume de trânsito entre 2023 e 2024.