Siga-nos no Whatsapp
Explicador Renascença
As respostas às questões que importam sobre os temas que nos importam.
A+ / A-
Arquivo
Por que é que caiu o regime que governou a Síria durante mais de 50 anos?
Ouça o Explicador Renascença

Explicador Renascença

Por que é que caiu o regime que governou a Síria durante mais de 50 anos?

09 dez, 2024 • André Rodrigues


O rápido avanço dos rebeldes, a par com a fragmentação do exército governamental, levou à conquista de pontos-chave como Hama e Homs. E, finalmente, Damasco.

É o fim de uma era na Síria. Este domingo, as forças rebeldes puseram fim à dinastia Assad, que governou o país durante mais de 50 anos.

É um momento considerado histórico para o Médio Oriente.

O Explicador Renascença conta os pormenores.

Porque é que caiu o regime?

É a consequência do reacendimento da guerra civil na Síria. Em 2011, na altura da chamada Primavera Árabe, Bashar al-Assad fugiu do país, manifestantes pró-democracia exigiram a destituição de Bashar al-Assad.

A reação foi mortífera, a tal ponto que as milícias da oposição receberam o apoio de potências como os Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Emirados Árabes Unidos e conseguiram conquistar partes do território sírio.

Na resposta, Assad aliou-se ao Irão e à Rússia que, inclusive, ajudou o governo sírio com aviões da força aérea russa, utilizados para bombardear as regiões controladas pelos rebeldes.

Houve também um aumento das ações terroristas?

Porque o caos na Síria foi aproveitado por grupos extremistas, como o Estado Islâmico, para pôr em marcha a reposição do mapa do califado, subtraindo parcelas de território, tanto na Síria, como no Iraque.

Isso foi em 2014. Desde essa altura, forças curdas apoiadas pelos norte-americanos acabaram com o domínio territorial do Estado Islâmico na Síria.

Em 2020, a Rússia e a Turquia assinaram um cessar-fogo para a última parcela de território controlada pela oposição ao regime e praticamente não houve confrontos nos últimos anos.

A verdade é que o regime de Damasco nunca mais teve controlo absoluto sobre todo o território.

É o que explica o regresso do conflito?

Sim. No final do mês passado, uma ampla coligação de milícias - a autodenominada Organização de Libertação do Levante - lançou uma ofensiva-relâmpago contra as forças pró-governamentais em áreas estratégicas como Idlib e Aleppo - a segunda maior cidade da Síria.

O rápido avanço dos rebeldes, a par com a fragmentação do exército governamental, levou à conquista de outros pontos-chave como Hama e Homs. E, finalmente, Damasco.

Este domingo, milhares de soldados do regime fugiram da capital e Bashar al-Assad abandonou o país ainda antes da chegada dos rebeldes à cidade de Damasco.

Como é que aconteceu tão rápido?

Porque, em termos militares, o exército sírio era totalmente dependente do apoio da Rússia e do Irão, aqui representado pelos xiitas do Hezbollah.

Só que a guerra na Ucrânia e os sucessivos ataques de Israel contra o Hezbollah tornaram impossível a continuação ao apoio destes aliados a Bashar al-Assad.

Além disso, a economia síria está mergulhada no caos e a população do país vive na miséria.

Onde está o Presidente deposto?

Na Rússia. De acordo com fonte do Kremlin, citada pela agência estatal russa TASS, Bashar al-Assad e a família receberam asilo em Moscovo.

Agora, quem manda na Síria?

No imediato, o país está nas mãos dos rebeldes. Estamos a falar de um grupo que, tanto a Casa Branca, como as Nações Unidas classificam como uma organização terrorista.

Por isso, a grande questão agora é se, uma vez libertada da ditadura de Assad, a Síria volta a cair nas mãos do extremismo violento.

Por que é que o preço dos combustíveis ficou tão caro?
O que se sabe sobre o futuro aeroporto de Lisboa?
Mutação do vírus das aves pode levar a contaminação entre humanos?
Do IUC ao atestado médico. O que vai mudar?
O que vai mudar com o novo programa de simplificação fiscal?
Ângelo Rodrigues em coma. O que é uma pneumonia por aspiração?
Crianças com cancro estão a esperar mais tempo por cirurgias?
Divórcio entre Pichardo e Benfica. O que se passa?
Quais são e o que vão fazer os novos satélites portugueses lançados para o espaço?
Desagregação de freguesias. O que vai acontecer?
Casos de bullying a professores por alunos estão a aumentar?
2024 não foi o ano mais quente de sempre em Portugal. Porquê?
Por que é que há menos bebés a nascer em Portugal?
O que explica os incêndios em Los Angeles?
Governo vai aumentar propinas no Ensino Superior?
O que diz o relatório Estado da Educação em Portugal?
Por que é que Trump quer controlar Canadá, Gronelândia e o canal do Panamá?
Surto de gripe das aves em Sintra. Há motivo para preocupação?
Congestionamentos de trânsito pioraram em 2024, sobretudo em Lisboa e Porto. O que se passa?
Devemos preocupar-nos com a subida de casos do metapneunomovírus (HMPV) na China?
Proposta de amnistia para reclusos entregue na Assembleia da República. O que está em causa?
Metrobus da Avenida da Boavista só arranca em abril. O que está a atrasar o projeto?
Quais são as novas prioridades para atribuir médico de família?
SNS 24 com triagem digital para sintomas respiratórios agudos. Como vai funcionar?
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.