26 nov, 2024 • Sérgio Costa
O primeiro-ministro afirmou que o cenário de violência doméstica em Portugal já foi pior e que há, sobretudo, mais denúncias.
A frase motivou a indignação de vários setores e também da oposição.
Sublinhando não querer chocar ninguém, Luis Montenegro diz ter a consciência de que o aumento dos últimos anos não significa um aumento real.
Na prática, o primeiro-ministro considera que há mais consciência sobre o fenómeno e que há mais denúncias, não necessariamente uma aumento de casos de violência doméstica.
A frase motivou indignação, da oposição e, também, da APAV, que sublinha que os dados públicos representam aquilo que as pessoas mostram, aquilo que as pessoas nos permitem saber.
De acordo com os dados oficiais publicados no portal da violência doméstica, as denúncias à GNR e à PSP, e há apenas números de denúncias, em 2023, totalizou 30.279 denúncias e, em 2022, o total foi de 30.389.
Verifica-se uma descida ligeira do número de denúncias.
O que a APAV anunciou foi um aumento do número de mulheres vítimas violência apoiadas pela Associação.
Trata-se de um aumento 8,7% de 2022 para 2023.
O que a APAV indica é que este aumento pode significar um aumento de casos, mas trata-se de um número relativo a mulheres apoiadas.
Houve, nos últimos anos, uma diminuição. O máximo dos últimos anos foi registado em 2020 com um total de 12 mortes, número que tem diminuído. Em 2023 foram seis.
Contudo, isto não significa que possa estar a diminuir o número total de casos.
Sim, confirma-se. O número de detidos por cada trimestre de 2024, é superior ao número de detidos por trimestre em 2023.
Em 2024 o número ultrapassa sempre os mil, o que não aconteceu no ano passado
Em concreto não, porque são dados relativos a casos comunicados.
Fica sempre essa dúvida, se há um aumento de crimes ou de denúncia, pelo que poderá ser precipitado retirar conclusões.