22 nov, 2024 • André Rodrigues
Arranca esta sexta-feira a votação na especialidade do Orçamento do Estado para o próximo ano.
Há boas notícias para os pensionistas. Vai mesmo avançar o aumento extraordinário das pensões.A questão é: como é que isto é possível, se o Governo tem insistido que não quer este aumento adicional?
O Explicador Renascença esclarece.
Parece confuso, mas é a aritmética parlamentar a funcionar. O que está em causa é uma proposta do PS, que quer ver inscrito no Orçamento do próximo ano um aumento adicional de 1,25%.
Esta proposta socialista conta com o apoio de toda a esquerda parlamentar e passa com a abstenção do Chega. Portanto, os votos contra de PSD, CDS e Iniciativa Liberal não serão suficientes para travar esta medida que vai ser votada esta sexta-feira.
Há, portanto, uma coligação negativa em que a oposição se junta para forçar uma decisão contrária à vontade do Executivo. É por isso que este aumento, tudo indica, vai mesmo avançar. Ainda que contra tudo o que tem sido dito pelo Governo.
Não. O teto das pensões abrangidas por este aumento adicional é de três Indexantes dos Apoios Sociais. Ou seja, até ao máximo de aproximadamente 1.528 euros.
É esse o limite das pensões abrangidas por este reforço adicional.
Em termos percentuais, a maioria das pensões aumenta até 3,8%.
Os cálculos feitos por economistas citados pelo "Jornal de Negócios" baseiam-se nas regras de atualização anual das pensões que será, tudo indica, de 2,5% em janeiro.
Juntando-lhe o adicional de 1,25%, dá esse tal aumento global de, aproximadamente, 3,8%.
Tendo em conta que o valor médio de uma pensão é de 563 euros e 30 cêntimos, juntando-lhes 3,8%, isso dá um aumento mensal de 21 euros e 41 cêntimos. Sem o adicional proposto pelo PS, o aumento seria de apenas 14 euros.
Outro exemplo: Imaginemos uma reforma de 1.200 euros. Nesse caso, a subida é de aproximadamente 46 euros mensais.