Assinala-se esta quinta-feira o Dia Nacional para a Igualdade Salarial.
De acordo com o Eurostat, a disparidade de salários entre homens e mulheres é de 12,5%.
O Explicador Renascença esclarece.
Significa que, em Portugal, por cada mil euros de salário de um homem, uma mulher ganha, em média, menos 125 euros.
Em 2018, a disparidade salarial era de 8,9%, o valor mais baixo dos últimos 10 anos. E a pandemia agravou este problema.
Para que se tenha uma ideia, é como se, a partir desta quinta-feira - 14 de novembro - as mulheres em Portugal deixassem de receber salário.
É uma combinação de vários fatores: idade, parentalidade, incapacidade e etnia são aqueles que mais amplificam as desigualdades. As mulheres continuam a fazer mais horas de trabalho não remunerado - que inclui o cuidados dos filhos ou as tarefas domésticas, o que se traduz em menos tempo para se dedicarem a um trabalho remunerado.
Por outro lado, as mulheres também necessitam de fazer mais pausas na carreira do que os homens - por exemplo, a maternidade - e, em muitos casos, as escolhas profissionais acabam por ser influenciadas pela vida familiar.
Há um terceiro fator: as mulheres estão em maioria nos setores com baixos salários e também estão em minoria nos cargos executivos. Contudo, é precisamente nos altos cargos que a diferença é mais acentuada.
Porque, apesar de desempenhar as mesmas funções de um homem, uma mulher executiva chega a ganhar, em média, menos 23% de salário.
Ou seja, também aqui, a falta de representação feminina na liderança das empresas contribui para a disparidade salarial e representa um obstáculo à igualdade de género.
Não nos próximos 131 anos. É este o tempo estimado até que as mulheres consigam a igualdade salarial com os homens.
De acordo com o Fórum Económico Mundial, a chave para mitigar este problema mais rapidamente é exatamente colocar mais mulheres em posições de liderança.