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Inundações em Valência foram há duas semanas. Como está a situação?

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Inundações em Valência foram há duas semanas. Como está a situação?

12 nov, 2024 • Filipa Ribeiro , Miguel Coelho


Faz esta terça-feira duas semanas que as inundações causaram um cenário de grande destruição e mais de 200 mortos na região espanhola. O Explicador Renascença dá conta do que se segue, incluindo mais chuva forte.

Porquê só agora?

Só esta terça-feira é que foi anunciado o envio de uma força portuguesa para ajudar nas operações de busca e salvamento que ainda estão em curso.

Porque as autoridades espanholas não pediram antes. Ou seja, Portugal ofereceu ajuda desde o início, mas Espanha optou por não pedir, preferindo acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. É ao abrigo desse mecanismo que foi agora enviada essa força portuguesa.

Atenção: já estiveram em Valência alguns operacionais portugueses, nomeadamente da Associação Portuguesa de Busca e Salvamento e do IRA - Intervenção e Resgate Animal, mas foram deslocações a título particular. A ajuda oficial do Estado português só agora vai a caminho.

Quem faz parte da força que viaja para Valência?

São mais de 100 operacionais com o apoio de 40 veículos, incluindo agentes da Proteção Civil, bombeiros, INEM e 28 militares dos três ramos das Forças Armadas.

Entre os equipamentos que levam contam-se retroescavadoras, motobombas e camiões de transporte de terras. É uma equipa que conta com uma capacidade de sustentação mínima de sete dias.

Ainda não foi apontado nenhum responsável pela dimensão dos estragos e das vitimas que ocorreram em Valência?

A responsabilidade está a ser atribuída sobretudo ao presidente do Governo da Comunidade Valenciana - Carlos Mazón. Houve até uma manifestação no ultimo fim de semana para pedir a demissão do governador.

O próprio já reconheceu erros na gestão que foi feita sobre a tempestade e estará a estudar mudanças no seu governo autonómico.

No entanto, soube-se nos últimos dias que Carlos Mazón terá discordado da decisão de algumas universidades públicas em suspender as aulas no dia da tempestade, e ainda que não terá chegado a tempo de uma reunião para decretar estado de calamidade, para que a população não saísse de casa no dia 29 de outubro.

O líder regional é também criticado por não ter pedido mais cedo ajuda ao governo central de Espanha.

Essa ajuda podia ter evitado pelo menos parte das consequências?

Se o governo regional tivesse pedido ajuda ao governo central de Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez poderia ter decretado de imediato o estado de emergência. No entanto, Pedro Sánchez também é criticado por nada ter feito.

O governo central diz não ter recebido nenhum pedido de ajuda. Mas, depois do que aconteceu, apresentou pacotes de ajuda para a região de Valência que já ultrapassam os 14 mil milhões de euros.

E de acordo com as previsões, uma nova tempestade está a caminho das regiões já afetadas por inundações...

Já há várias regiões sob aviso. Em Valência, vários municípios já decidiram fechar as escolas e proibir a prática de desportos na rua.

A Proteção Civil já pediu à população que evite deixar os carros em zonas que podem ser inundadas, objetos na rua ou junto às casas que possam ser levados pela chuva e, em caso de inundação, pede à população que procure regiões mais altas.

Há também vários locais onde estão a ser colocados sacos com areia para evitar a entrada de água.

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