03 out, 2024 • Lara Castro
Uma derrocada da estrada junto às pedreiras de Borba fez 5 mortos, em novembro de 2018. Praticamente seis anos depois, o julgamento arrancou esta quinta-feira no tribunal de Évora.
Ao todo há seis arguidos, sendo que um deles já morreu, era o gerente da sociedade que tinha a licença de exploração da pedreira. Os outros cinco são um funcionário da mesma empresa, dois funcionários da Direção-Geral de Energia e Geologia e António Anselmo, que era e continua a ser presidente da câmara de Borba e o seu vice Joaquim Espanhol.
O presidente da Câmara é acusado de cinco crimes de homicídio. O vice-presidente e os funcionários da DGEG também estão pronunciados por crimes de homicídio, mas por omissão, e a empresa que explorava a pedreira, de violação de regras de segurança.
Isto porque haverá documentos de 2014 que alertavam para os perigos da estrada que acabou por ruir em 2018.
Na tarde do dia 19 de novembro de 2018 um troço, de cerca de 100 metros, da estrada municipal 255 - entre Borba e Vila Viçosa - colapsou devido ao deslizamento de um grande volume de rochas, terra e pedras de mármore para o interior de duas pedreiras.
O acidente causou cinco mortos: dois operários da empresa de extração de mármore e três homens ocupantes de dois carros que seguiam na estrada na altura do colapso e que acabaram por cair para a pedreira que estava cheia de água. os corpos só mais tarde foram resgatados.
O julgamento destina-se a condenar os eventuais responsáveis, mas deixa-me dizer que, à margem do processo judicial, os 19 familiares e herdeiros das vítimas mortais da derrocada receberam indemnizações do Estado, logo em 2019, num montante global de cerca de 1,6 milhões de euros.
Quanto ao julgamento, esteve marcado para abril deste ano, mas foi adiado por motivos de saúde da presidente do coletivo que vai julgar o caso e arrancou esta manhã no tribunal de Évora.
Fala-se do caso. Agora mais, por causa do início do julgamento, mas também porque até agora a Estrada Municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa, continua cortada, o que obriga a população a percorrer mais sete quilómetros para fazer aquele trajeto.
Quanto ao principal acusado, o presidente da câmara, a população diz que não faz sentido apontar culpas ao autarca porque estava no cargo há poucos meses quando se deu a derrocada. São testemunhos que pode ler numa reportagem em rr.pt.