02 out, 2024 • Sérgio Costa
Na última noite Israel foi atacado com cerca de 200 mísseis do Irão.
É o mais recente escalar dos conflitos que se vivem no Médio Oriente.
O Explicador Renascença esclarece os pormenores.
O ataque é a resposta do Irão à incursão de Israel no Líbano para eliminar pontos chave do Hezbollah e à elminação do líder da milícia xiita e do líder do Hamas.
Importa sublinhar que o Hezbollah, que é classificado como um grupo terrorista, atacou Israel após o início da ofensiva em Gaza e tem, justamente, o apoio do Irão. Recorde-se também que o Hezbollah foi criado no início dos anos 80, em resposta à invasão do Líbano por Israel.
Logo após o início da invasão a Gaza, militantes do Hezbollah, do Líbano, começaram a disparar contra o Norte de Israel declarando “solidariedade” à causa palestina.
Como é já um conflito antigo, o Hezbollah não deixou de tentar desestabilizar Israel, dispersando o esforço de guerra do estado judaico.
Sim. Os analistas dizem que, sobretudo, a ofensiva em Gaza, desencadeada após os ataques terroristas do Hamas a 7 de Outubro, é também uma forma de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Nethanyahu, garantir a sua sobrevivência política.
Para além de o governo que lidera ter o apoio de setores mais extremistas da vida política israelita, Nethanyahu está indiciado por suspeitas de crimes de corrupção e este cenário está a ser encarado como uma forma de atrasar o desfecho desse processo.
Neste momento são imprevisíveis.
Israel prepara com os Estados Unidos a resposta ao ataque iraniano da última noite. Joe Biden confirmou estarem em curso conversações sobre como responder ao Irão.
O contra-ataque poderá ser coordenado com os norte-americanos, que ajudaram Israel a evitar que parte dos mísseis iranianos atingissem o país.
Não uma relação direta, mas os dois conflitos parecem demonstrar uma clara divisão. Recordo que a Ucrânia opõe a Rússia aos chamados aliados, UE e EUA.
No Médio Oriente, verifica-se exatamente essa mesma divisão, não em ações concretas, mas em posicionamento. A Rússia assume-se como aliado do Irão e têm surgido encontros de aproximação entre os países. Israel é um aliado dos EUA e do Ocidente.