18 set, 2024 • Hugo Monteiro , Jaime Dantas
É um caso a marcar a atualidade, para além dos fogos.
Esta terça-feira, uma criança esfaqueou vários alunos numa escola, na Azambuja.
O Explicador Renascença esclarece os dados do caso.
Sabemos que o agressor é um rapaz de 12 anos, aluno do 7.º ano da Escola Básica da Azambuja, no distrito de Lisboa.
Depois de almoço, entrou na escola com um colete à prova de bala que pertenceria ao pai. Trazia com ele uma faca que terá usado para atacar indiscriminadamente outras crianças que com ele se cruzaram no corredor da escola. Seis alunos ficaram feridos e foram encaminhados para o hospital.
As vítimas têm entre 11 e 14 anos. O jovem acabou por ser travado por uma funcionária. Ficou à guarda de elementos da GNR, até ser interrogado pela Polícia Judiciária.
Está sob custódia policial e sria vítima de bullying.
Duas crianças já receberam alta hospitalar. Outras duas ainda estão sob vigilância no serviço de pediatria do Hospital de Vila Franca de Xira.
Uma criança, com ferimentos que inspiram maiores cuidados, está internada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, aparentemente fora de perigo.
É essa pelo menos a intenção da diretora da escola que, num comunicado, informa que o estabelecimento de ensino reabre esta quarta-feira e no horário normal.
Na escola vão estar equipas de psicólogos para apoiar alunos, professores e auxiliares.
Pelo menos já esta semana - na segunda-feira -, esta Escola Básica da Azambuja já tinha sido alvo de atos de vandalismo que danificaram o sistema de vídeovigilância.
Mas o presidente da Câmara recusa que seja uma escola problemática.
Numa análise dos dados do RASI - o Relatório Anual de Segurança Interna - referentes a 2023, percebemos que o registo deste tipo de crimes mantinha-se estável ou tinha mesmo uma tendência de descida até 2019.
Mas, desde aí, que o número tem vindo a aumentar de forma expressiva - ainda não chegaram, de uma maneira geral, aos níveis pré-pandemia.
Diz que o fenómeno da violência jovem tem maior incidência na Área Metropolitana de Lisboa e costuma estar relacionado com rivalidades entre grupos.
Loures e Amadora têm o maior número de ocorrências. Normalmente, envolve jovens com idades entre os 15 e 25 anos. Um fenómeno em que as redes sociais têm um papel fundamental.
Os episódios de violência ocorrem, habitualmente, em centros comerciais e estações intermodais de transportes. Há também episódios (não denunciados) junto de estabelecimentos de ensino.