09 set, 2024 • Hugo Monteiro
É a notícia que marcou o fim de semana: a fuga de cinco detidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.
Apesar de estarmos a falar de uma prisão de alta segurança, a verdade é que os cinco presos conseguiram mesmo escapar e, agora, todos tentam apurar responsabilidades.
O Explicador Renascença esclarece o que já se sabe sobre a fuga.
É isso mesmo que as autoridades estão a tentar perceber. Este domingo, em conferência de imprensa, o diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais anunciou que está em curso uma investigação, através do serviço de auditoria e de segurança, para saber o que terá falhado.
Com Rui Abrunhosa a assumir, desde logo, isso mesmo - que algo falhou.
As autoridades dizem que pode ter ocorrido no sistema de videovigilância e de comunicação da fuga. Ou seja, a fuga dos cinco evadidos foi registada pelos sistemas de videovigilância poucos antes das 10h00 de sábado. Mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos de Vale dos Judeus regressavam às celas.
Foi só aí que os guardas prisionais perceberam que faltavam cinco homens. Ou seja, o sistema de videovigilância terá funcionado, mas ninguém terá percebido que a fuga tinha ocorrido.
O que é estranho porque, de acordo com Rui Abrunhosa, normalmente há dois guardas com a tarefa de acompanhar as imagens das câmaras. Por isso, insiste, é preciso apurar o que aconteceu.
De acordo com o diretor nacional da PJ, esta foi uma fuga muito bem preparada, com todos os pormenores pensados ao mínimo detalhe e com apoio do exterior.
Para a fuga, os cinco homens usaram uma escada, que poderá ter sido lançada de fora para dentro da cadeia.
Sim, com as autoridades a garantirem que o dispositivo da GNR e da PSP está no terreno para tentar localizar estes cinco fugitivos. Há controlos nas estradas e contactos com as polícias de outros países.
No entanto, as autoridades também já avisaram que esta operação vai ser demorada.
Não são de esperar resultados a breve prazo. Dificilmente os evadidos serão recapturados nos próximos dias.
Desde logo, a população deve se abster de todo e qualquer ato de contacto com estes homens.
Se alguém os identificar na rua, deve alertar as autoridades pelo 112 ou através de qualquer órgão de polícia.
Ainda este domingo o diretor nacional da PJ dizia que, com exceção de um deles, todos os outros têm um histórico de violência.
Trata-se de "gente muito perigosa" e que tudo fará para continuar em liberdade. Disse Luis Neves que "o fator vida pode estar em causa”.
São dois portugueses, um cidadão da Geórgia, um argentino e um britânico. Têm idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.