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Como se explica a revisão tão em alta do crescimento económico português?

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Como se explica a revisão tão em alta do crescimento económico português?

09 mai, 2023


O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um crescimento da economia portuguesa de 2,6% este ano, número superior aos 1% previstos há um mês. Espera-se também uma estabilização em torno dos 2% no médio prazo, apontando para uma inflação de 5,6% em 2023.

O FMI acaba de rever em alta a previsão de crescimento da economia portuguesa para este ano. O que significa?

Sim, no espaço de apenas um mês o crescimento previsto pelo Fundo Monetário Internacional para o nosso país, em 2023 mais do que duplicou. Era de 1% e é, agora, de 2,6%. Importa dizer que o FMI coloca agora a sua projeção também muito acima daquilo que era esperado pelo Governo e pelo Banco de Portugal, um crescimento esperado de 1,8%

Como se explica esta revisão tão em alta do crescimento económico português?

Antes de mais, o FMI destaca o crescimento da economia portuguesa já em 2022, sublinhando que existiu um forte arranque em 2023. Um arranque alavancado pela retoma do turismo e pelo consumo privado, a refletir, segundo o FMI, "o apoio das políticas públicas, a força do mercado de trabalho, e a concretização da procura adiada" durante a pandemia.

Contactada esta tarde pela Renascença, Estela Barbot, antiga conselheira do FMI, sustenta que esta previsão, revista em alta, resulta de uma série de fatores que, em conjunto, Portugal se tenha tornado mais atrativo para o investimento estrangeiro e não só. Portugal passou a ser visto por cidadãos de outros países como um bom país para visitar ou viver, por causa do clima, do custo de vida e segurança, em tempos de guerra no centro da Europa. Ou seja, Portugal é visto agora como um porto de abrigo e há quem diga que o nosso país também está na moda. O que acontece, na leitura de Estela Barbot, é que o consumo privado tem subido bastante por essas duas vias: Turismo e novos residentes, incluindo pessoas mais abastadas que decidem viver em Portugal.

Costuma dizer-se que é melhor a mais do que a menos, mas como se explica uma correção tão acentuada das previsões?

Pois, o que nos diz a antiga conselheira do FMI é que as previsões no arranque do ano estavam a ser feitas com uma boa dose de cautela, até porque é muito difícil fazer previsões numa conjuntura internacional tão imprevisível: temos o problema da inflação, o aumento dos preços da energia e ninguém sabe qual será a evolução da guerra.

Apesar disso, e tendo em conta todos os fatores de que falava há pouco, o atual contexto internacional está a revelar-se mais desfavorável para outros países do que para Portugal. Em alguns casos, diz Estela Barbot, o nosso país até tem saído beneficiado, sobretudo pelas políticas erradas de outros países, como a França, onde as cargas fiscais são agora elevadíssimas.

Mas haverá motivo para festejar?

Claro que é melhor crescer mais do que menos, mas a convergência da nossa economia com as do resto da Europa, sublinha Estela Barbot, deveria ser muito maior e basta pensar no crescimento económico que tiveram os países do leste europeu.

A antiga conselheira do FMI está particularmente preocupada com a fraca produtividade no nosso país. Estamos a partir de um ponto muito abaixo do desejável e, na leitura desta economista, é preciso dar condições às empresas para produzirem mais. "Temos de ser mais ambiciosos".

O que mais devemos saber deste relatório do FMI?

Diz, por exemplo, que o fim dos Vistos Gold não deve ter grande impacto nos preços da habitação. O FMI recomenda, isso sim, o investimento público em habitação social, por via do PRR, juntamente com medidas que ajudem a aumentar a oferta privada.

Neste capitulo, há um sublinhado importante do FMI: Diz que o PRR deve ser implementado sem atrasos, e ser virado para uma economia mais verde, mais produtiva e mais resiliente. Recomenda, igualmente, uma flexibilização dos contratos sem termo, dos chamados contratos permanentes. Diz ainda que o sistema educacional deve ser modernizado.

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