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O plano do Kremlin

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O plano do Kremlin

11 dez, 2022


José Alberto Lemos, Nuno Botelho e Manuel Carvalho da Silva na análise da guerra na Ucrânia e do futuro da Concertação Social.

A Rússia planeou invadir a Ucrânia e, em apenas 10 dias, tomar o parlamento em Kiev, eliminando fisicamente os seus principais líderes, como passo prévio à ocupação progressiva do país que deveria ser concluída com a anexão total em agosto de 2022.

Estas eram as linhas chave do plano elaborado pelo Kremlin para o controlo da Ucrânia, de acordo com um relatório publicado pelo British Royal Defense Institute, RUSI, um think tank de análise militar, considerado próximo do Ministério da Defesa britânico.

O documento faz uma análise profunda dos primeiros meses da guerra, em particular o planeamento russo e o seu desempenho no campo de batalha. O RUSI deixa várias conclusões: “a principal deficiência do plano russo foi a falta de ação para corrigir o rumo”.

A invasão começou a ganhar forma em março de 2021 – quase um ano antes do seu início formal – com a acumulação de tropas russas junto às fronteiras ucranianas. Uma movimentação cujas verdadeiras intenções poucos conheciam em Moscovo, de acordo com o RUSI que trabalhou informações recolhidas pelo Estado Maior ucraniano e outras fontes “sensíveis não reveladas”, sugerindo tratar-se de diferentes serviços secretos.

A 24 de fevereiro o caos tomou conta dos céus ucranianos com bombardeamentos para neutralizar as defesas antiaéreas, aeródromos e depósitos de armas. Seguiu-se a entrada da infantaria em quatro eixos (norte, noroeste, leste e sul) para o controlo de centros administrativos e logísticos a leste do rio Dniepre. A conquista russa estaria completa com a tomada de Kiev e o desembarque anfíbio no sul para bloquear as saídas para o mar Negro.

Mas o plano do Kremlin não demorou a derrapar. A Ucrânia “conseguiu em larga medida iludir os ataques iniciais russos dispersando os arsenais, aviação e defesa” nos dias que antecederam a invasão e, em simultâneo, travar o avanço russo para Kiev emboscando as colunas blindadas com brigadas de artilharia.

“As forças armadas ucranianas foram capazes de combater os adversários não por disporem de um equipamento superior na primeira fase da guerra, mas porque tiveram capacidade de adaptação”, afirma o relatório do RUSI. O contrário das forças russas a que atribui “uma excessiva obsessão por priorizar a infantaria a outros ramos, uma cultura relutante a analisar erros e uma péssima coordenação”. Ainda assim, o relatório não deixa de concluir que "a Ucrânia só poderá ganhar a guerra se conseguir manter o apoio militar dos seus aliados internacionais".

A guerra na Ucrânia é um dos temas para a análise do jornalista José Alberto Lemos, de Nuno Botelho, líder da ACP Câmara de Comércio e Indústria e de Manuel Carvalho da Silva, professor do CES que também olham para o ângulo político à volta da aprovação da lei da eutanásia e para o futuro da Concertação Social.

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