Emissão Renascença | Ouvir Online
Euranet
Compromisso Verde
“Compromisso Verde” é um podcast quinzenal, da autoria de Cristina Nascimento, sobre crescimento sustentável e transição energética. Da pandemia dos plásticos aos pecados da chamada moda rápida, cada episódio um tema. Uma nova edição disponível às quartas-feiras às 18h00. Esta é uma uma parceria Renascença/Euranet Plus.
A+ / A-
Arquivo
Fazer eventos sustentáveis “entrou na moda”, mas é preciso “planear com tempo”

Compromisso Verde

Fazer eventos sustentáveis “entrou na moda”, mas é preciso “planear com tempo”

20 jul, 2022 • Cristina Nascimento , André Peralta (sonorização)


Especialista sobre eventos sustentáveis garante que primeiro passo é ter responsáveis pelos projetos alinhados com o compromisso e acredita que eventos podem ajudar a mudar comportamentos.

O setor dos grandes eventos está cada vez mais disponível para trabalhar de forma sustentável.

“Todos os eventos neste momento querem ser sustentáveis não só por causa das diretivas da comunidade europeia, não só por todas as medidas que estão a sair, não só porque finalmente, digo isto finalmente, está na moda”, diz Ines Airez, formadora sobre eventos sustentáveis.

Esta especialista, formadora sobre eventos sustentáveis e elemento da Zero Waste Lab, uma das organizadoras do Boom Festival, reconhece que “há passos dados”, mas também ainda há um caminho pela frente.

“Encontramos pessoas que já entendem que isto tem que ser feito desde o início; encontramos pessoas que vêm ter connosco a 2 meses do evento a pedir soluções de sustentabilidade, quando a sustentabilidade tem de ser vista pelo menos a 9 meses a um ano”, explica.

Um dos grandes eventos de verão é o festival RFM Somnii que se realiza há 10 anos na Praia do Relógio, na Figueira da Foz. Tiago Castelo Branco, da promotora MOT, assegura que fazer este tipo de iniciativas com preocupações ambientais é uma exigência de todos, a começar pelo público.

“A diferença de comportamentos nos últimos anos é brutal”, assegura, dando como exemplo que “já não há aquele comportamento de comer uma pizza e deixar a caixa no areal”.

Questionada sobre se um evento sustentável é obrigatoriamente mais caro, Ines Airez diz que não e explica que nas suas formações um dos ensinamentos é precisamente “primeiro pensar onde se pode poupar”.

Esta especialista dá como exemplo um evento organizado há mais de uma década.

“Em 2010 a conferência para a SIDA em Viena de Áustria poupou cerca de 600 mil euros ou dólares, só porque em vez de ter uma frota de ‘shuttles’ privada com motoristas contratados para mover as pessoas daquele evento, criou a parcerias com os transportes públicos da própria cidade; em vez de ser impresso uma série de estudos, de livros e de panfletos, só os imprimiu a título de pedido; em vez de distribuírem não sei quantas mil garrafas de plástico compradas, puseram um sistema de filtração de água. Só com estas pequenas medidas pouparam meio milhão de euros”, explica.

Ines Airez reforça, assim, que os organizadores devem “pensar primeiro onde é que estão a gastar superfluamente para depois poder desviar esse dinheiro para eventuais soluções ecológicas que possam ser um pouco mais caras”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.