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A "ligeireza" no caso do INEM e o possível "falhanço" da COP29
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Duarte Pacheco critica "ligeireza" com que Governo lidou com a situação no INEM

13 nov, 2024 • Filipa Ribeiro


Social-democrata é crítico à falta de ação do Governo e da direção do INEM. Duarte Pacheco fala em "negligência" enquanto que Mariana Vieira da Silva, do PS, considera que "leveza" da ministra da Saúde aumenta a preocupação com o Inverno porque "todas as estruturas fundamentais estão afetadas e fragilizadas".

Duarte Pacheco considera que houve "negligência" e "ligeireza" no tratamento da crise no INEM. O social-democrata fala de um problema antigo e critica a falta de ação do Governo e da nova direção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), defendendo que devem ser retiradas consequências no caso de ser "provado que houve uma falha".

No programa Casa Comum desta quarta-feira, estiveram em debate as falhas no 112 resultantes da greve da Função Pública e do INEM às horas extraordinárias. Como é sabido, o Ministério Público já abriu inquéritos a sete das onde mortes em que há suspeitas de existir uma relação com os atrasos na linha de emergência.

Duarte Pacheco afirmou ser "lamentável" que o pedido de serviços mínimos tenha sido enviado minutos antes de se iniciar um turno na linha de atendimento, como é avançado pelo sindicato dos técnicos de emergência médica.

Se o assunto "tivesse sido tratado antecipadamente, a greve poderia não ter acontecido", apontou.

Por sua vez, Mariana Vieira da Silva, do PS, defendeu que a "leveza" da ministra da Saúde "é muito preocupante para o Inverno", uma vez que "todas as estruturas fundamentais estão afetadas e fragilizadas".

A deputada socialista deu como exemplo o facto de Ana Paula Marins ter referido ontem na Assembleia da República que o "INEM tem que deixar de ser prestador e passar a ser mais regulador" para defender que uma "transformação radical" não pode ser "um anúncio que se faz de passagem".

Mariana Vieira da Silva realça, por isso, que a "leveza" de Ana Paula Martins é "preocupante".

A deputada do PS, não quis defender se a ministra da Saúde deve ou não se demitir. Essa é uma "avaliação de risco" que cabe à ministra da Saúde e ao primeiro-ministro, comentou.

Moção de Censura na Madeira. Miguel Albuquerque deve ser recandidato?

O parlamento regional da Madeira prepara-se para votar e debater a moção de censura entregue pelo Chega a partir de 17 de dezembro.

Em caso de aprovação, a região avança para as terceiras eleições no espaço de ano e meio e Miguel Albuquerque, que é criticado por ser arguido num processo por suspeitas de corrupção, já anunciou que se irá recandidatar.

Duarte Pacheco defendeu que a posição do líder do PSD Madeira tem sentido, uma vez que "foi eleito em congresso há poucos meses" e devem ser respeitados os resultados eleitorais.

O social-democrata disse que pode existir a interpretação de que "a oposição está a querer deitar o Governo abaixo" e acabar por se "reforçar a posição do PSD Madeira" no Governo Regional.

Sobre o apoio do PS Madeira à moção de censura do Chega, depois de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos ter defendido que o PS não deve aprovar moções do Chega, Mariana Vieira da Silva defendeu a autonomia do partido nas regiões autónomas.

A socialista considerou ser mais relevante o facto de haver uma moção apresentada "por um partido que faz parte da maioria" na Madeira.

A deputada do PS afirmou que o Chega "está a dizer que a maioria que foi constituída para formar o Governo deixou de existir" e que a moção "é relevante" depois de o PSD Madeira ter "resolvido" formar Governo com apoio do Chega, quando "todos, incluindo o PSD nacional, têm dito que o Chega não é um parceiro credível".

Crise no INEM. Duarte Pacheco critica a "ligeireza" do Ministério da Saúde que aumenta "preocupação" com o Inverno
Crise no INEM. Duarte Pacheco critica a "ligeireza" do Ministério da Saúde que aumenta "preocupação" com o Inverno

O "falhanço" da COP29

A eurodeputada do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou o que considera ser uma "posição de enorme hipocrisia" da União Europeia que está a recuar em questões como a desflorestação.

Para a eurodeputada, se a COP29, a decorrer em Baku no Azerbaijão, "não trazia grandes esperanças, a posição da UE não ajuda em nada".

Donald Trump nos Estados Unidos da América representa um risco para a luta contra as alterações climáticas, apontou ainda.

Catarina Martins afirmou ainda ser preocupante o risco de existir uma comissão europeia "mais à direita e à extrema-direita", por isso "as mobilizações populares" vão ser importantes "para travar o caminho de irresponsabilidade que está a ser seguido na Europa e que a eleição de Donald Trump pode vir a acelerar".

Para Mariana Vieira da Silva, a COP29 pode ser "um falhanço que é decisivo", porque "não estamos no momento em que possamos perder tempo e se já tudo era difícil quando olhávamos há uma semana para esta cimeira, a Vitória de Donald Trump torna tudo mais difícil".

A deputada do PS quis, no entanto, realçar o exemplo de Portugal que Portugal deu nos casos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe em que trocou a dívida por investimentos climáticos nesses países. O que prova que Portugal "mesmo com condições financeiras que não se comparam com alguns dos países" (EUA, China) faz a sua parte.

Já Duarte Pacheco confessou-se "pessimista" com a Cimeira das Nações Unidas, uma vez que a "maioria dos líderes do G20 não estão presentes", numa altura em que se sabe que a nova administração dos EUA "não vai ser mais amiga do ambiente" do que a administração de Biden.

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