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Opinião de Aura Miguel
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Dia da Mulher

O lado feminino da Igreja é incontornável

08 mar, 2019 • Opinião de Aura Miguel


A própria Igreja é feminina, porque é esposa e mãe. Como o Papa Francisco tanto gosta de sublinhar: não é “o Igreja”, mas “a Igreja”.

Quando se fala do papel das mulheres na Igreja, facilmente se resvala para uma observação meramente institucional e exclusivamente humana. É claro que os tempos de hoje evoluíram e o protagonismo da mulher à frente de cargos de responsabilidade ou funções relacionadas com a Igreja mudou muito.

Falo por experiência própria: quando, há 30 anos, entrei no avião papal, as jornalistas mulheres não chegavam a meia dúzia. Agora, é vê-las a ocupar quase metade dos lugares. Mas falar da mulher na Igreja não é uma questão de quotas.

Bento XVI sempre nos convidou a alargar o horizonte da razão, para se tentar alcançar a dimensão mais profunda da fé, pois é “à luz da fé” que a Igreja Católica assume os seus contornos preciosos. E é neste contexto que o lado feminino da Igreja é incontornável.

A própria Igreja é feminina, porque é esposa e mãe. Esposa de Cristo e mãe de todos os batizados. Como o Papa Francisco tanto gosta de sublinhar: não é “o Igreja”, mas “a Igreja”. João Paulo I foi ainda mais longe quando disse que “Deus é Pai, mas também é Mãe”, só que não teve tempo para explicar melhor a sua ideia, no seu curto mês de pontificado.

Este “génio feminino” não é de agora, nem dos Papas anteriores. A história da Salvação está carregada de mulheres notáveis e com papel decisivo. Basta pensar que foram mulheres as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus e que, ao longo da história da Igreja, há milhares de nomes e apelidos exemplares, mulheres cheias de “estaleca” que mudaram o rumo da Igreja…

Muitos de nós conhecemos, por exemplo, Madre Teresa de Calcutá, mas lá mais para trás, em séculos anteriores, Teresa de Ávila bateu-se corajosamente pela reforma e purificação do Carmelo e Catarina de Sena arriscou corrigir o próprio Papa, em tempos de desvario e confusão. Já para não falar em Maria Santíssima, Mãe de Jesus, que hierarquicamente “passa à frente” dos apóstolos.

Foram mulheres que foram até ao fim no que tinham para fazer, sem perderem tempo em reivindicações de poder nem de igualdade de género.

Comentários
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  • João, o Amado
    10 mar, 2019 Laudiceia 22:44
    Será que este artigo de opinião é a resposta, ao apelo do meu comentário, no artigo de Henrique Raposo " Aí, da Cova da Moura, quantos estão dispostos a ir com o Francisco? Até aqui ele era o maior!? Agora, pelo menos que venha a Aura Miguel." Se sim, aceite a minha companhia. A batalha vais ser árdua. Porém vitoriosa!
  • Sasuke Costa
    10 mar, 2019 12:57
    Que distingue o homem da mulher, é machista e feminista quem afirma essa diferença? Têm os mesmos obstáculos, as mesmas ambições? Que iguala na mulher o libido do homem? Porque temem os homens as mulheres? Porque se sentem ultrapassados e as agarram e lhes batem? Porque sofrem tão intensamente o presente? Porque se suicidam? As contrariedades que assolam o homem vestem outras roupas e assolam a mulher, com a mesma força, persistência e engano.
  • me too
    09 mar, 2019 13:02
    Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Aura Miguel é uma Mulher e uma Senhora. Escreveu o que tinha de ser escrito.