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Diálogo inter-religioso é tema forte de viagem do Papa à Birmânia e ao Bangladesh

10 out, 2017 • Ana Lisboa


Não se sabe se Francisco vai encontrar-se com refugiados, mas tendo em conta o seu historial de prioridades o tema dificilmente será evitado.

O Vaticano divulgou esta terça-feira o programa da próxima viagem do Papa à Birmânia (também conhecida por Myanmar) e ao Bangladesh.

Quase três anos depois, Francisco regressa à Ásia para percorrer mais de 17 mil quilómetros, numa visita que começa com a inédita passagem de um Papa pela Birmânia.

A sua passagem por este país inclui encontros com a Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, com responsáveis políticos, líderes católicos e com o Conselho Supremo dos Monges Budistas. Termina esta etapa com uma Missa para jovens.

O encontro com a actual chefe de Estado Aung San Suu Kyi será alvo de particular atenção, uma vez que esta tem sido fortemente criticada por não fazer nada para ajudar os rohingya, uma etnia de maioria muçulmana que se queixa de forte perseguição às mãos da maioria budista birmanesa e das forças armadas. Actualmente há centenas de milhares de rohingya refugiados precisamente no Bangladesh.

Quem são os rohingya, que fogem aos milhares de Myanmar?
Quem são os rohingya, que fogem aos milhares de Myanmar?

É, aliás, para este país que Francisco viaja de seguida, no dia 30 de Novembro. O Papa vai visitar o Memorial Nacional aos Mártires de Savar e tem reunião marcada com as autoridades políticas e religiosas, presidindo a uma missa que inclui ordenações de padres, o que acontece pela primeira vez.

Está ainda previsto um encontro inter-religioso de oração pela paz neste país de maioria muçulmana, mas que tem uma pequena minoria cristã, com muita influência portuguesa.

Antes de regressar a Roma, Francisco ainda arranja tempo para visitar uma das casas de Madre Teresa, da Congregação das Missionárias da Caridade. Não foi anunciada qualquer iniciativa relativa aos refugiados, mas conhecendo a atenção dada pelo Papa a este fenómeno e o facto de esta ser uma das grandes questões regionais neste momento, é natural que Francisco tenha um gesto, ou pelo menos umas palavras a dizer sobre o assunto.

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