27 jan, 2017
Os dicionários da universidade de Oxford consideraram a “pós-verdade” a palavra do ano em 2016. Ou seja, factos objectivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais.
Já em 2017 Trump veio dar novo impulso à moda da desvalorização da verdade. Por exemplo, ao invocar “factos alternativos” para dizer que a cerimónia da sua posse tinha sido a que reuniu mais gente desde sempre (o que é falso). Trump também costuma contradizer-se a si próprio, como, depois de insultar os serviços secretos americanos, afirmar que estava “mil por cento” ao lado da CIA.
A raiz desta tendência, que se manifesta também em níveis bem mais graves, está naquilo contra o qual J. Ratzinger, hoje Papa emérito Bento XVI, tanto lutou: o relativismo e a “concepção débil da pessoa humana” que ele pressupõe. Como acontece quando o filósofo australiano Peter Singer dá mais valor a um chimpanzé adulto do que a uma criança de semanas ou quando a chamada “ideologia de género” despreza as realidades físicas, tudo considerando mera construção social.