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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Depois de Almaraz, os rios

13 jan, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Vendo o que se passou com Almaraz, atenção à gestão da água dos rios luso-espanhóis em ano de seca.

O governo espanhol não recuou na questão de Almaraz. Nem publicamente pediu desculpa por ter esquecido Portugal. Madrid ignorou o nosso país, avançando para um facto consumado na construção de um armazém de resíduos nucleares.

À Comissão Europeia cabe decidir se a Espanha violou a directiva que exige uma avaliação de impacto transfronteiriço.

Suspeito que Almaraz não será, neste ano, o único problema com Espanha. Tem chovido pouco, reduzindo a água nas barragens portuguesas. Boa parte dessa água vem de rios (Minho, Douro, Tejo, Guadiana) com origem em Espanha.

Sobre a gestão desses rios foi celebrada em 1999 uma Convenção luso-espanhola; em 2008 acordou-se um novo regime de caudais para a gestão partilhada dos rios luso-espanhóis. Mas as coisas nem sempre funcionaram bem (excessiva retenção de água em Espanha, por exemplo) e em 2015 os ministros do Ambiente do Ambiente dos dois países prometeram actuar de forma “mais coordenada” na gestão dos caudais dos rios ibéricos em períodos de seca. E anunciaram maior monitorização da qualidade da água desses rios.

Depois do que se passou com Almaraz, convém estar prevenido.

Comentários
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  • maria
    15 jan, 2017 Porto 20:21
    Mas algumas vês a Espanha quis saber de Portugal, para um Castelhano Portugal nunca existiu. A Espanha é a Espanha, É muito difícil um Castelhano dizer PORTUGAL , dizem LUSITANOS , OU OS LUSOS, Existe um desconhecimento muito grande da Historia Ibérica.
  • Alberto
    14 jan, 2017 Cascais 17:17
    Ó Sr. Cabral a culpa é do Trump
  • Francisco
    14 jan, 2017 Almada 13:41
    Devo dizer que, desde 1966, altura em que foram celebrados o primeiro convénio sobre a questão das águas e ainda outro sobre o sobre a questão de almaraz, Portugal tinha direito a participar na gestão destes assuntos, e com assento no órgão superior. como a atuação Portuguesa tem sido passiva, os Espanhóis aproveitaram desse facto para fazerem o que quiseram a seu bel prazer, talvez, por receio em não criar azedumes com o p ais vizinho. Esta conduta Portuguesa tem criado maus resultados: desvio excessivo de águas do rio Tejo, sobretudo, para os canais do rio segura, em Espanha, e consequente transferência de águas para Castilha La Mancha e Alicante (regas de pessegueiros e turismo). sob o pretexto usado pelas autoridades Espanholas de que Portugal não aproveita as escorralhas das águas que vão para o mar. Estas águas desviadas em excesso valem dinheiro. Porque, sendo elas águas Portuguesas têm de ser pagas. Já que, quando são transferidas águas do rio Ebro para as ilhas Baleares, em altura de seca, por via marítima, Baleares pagava, na altura, a 1 peseta cada litro de água. é aqui que estão a má gestão de águas, por parte de Portugal. Se as águas excessivamente desviadas valem dinheiro, então, cabe a Portugal exigir o seu pagamento a Espanha. se pensarmos que, da Ilha da Madeira têm ido gratuitamente barcos com água para abastecer aquelas ilhas, as quais ganham com o turismo, então, chegou a altura de Portugal cortar este tipo de generosidade ou então exigir contrapartidas.
  • António Costa
    14 jan, 2017 Cacém 01:49
    Existem Leis internacionais sobre os rios que passam por diferentes países. A Espanha aparentemente,á revelia das leis internacionais, desviou o caudal de rios internacionais para o sul do seu território,
  • MASQUEGRACINHA
    13 jan, 2017 TERRADOMEIO 19:06
    Não ligam aos portugueses, nem ao D. Filipe a garantir isto e aquilo ao Marcelo... Afinal, o que é que foi aquilo? Pós-verdade em direto?