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Raquel Abecasis
Opinião de Raquel Abecasis
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Jesus ainda tem dois pais e nós também

26 fev, 2016 • Opinião de Raquel Abecasis


Quero louvar este gesto superlibertador do nosso sempre dinâmico Bloco de Esquerda.

E dois pais chegam-nos muito bem, não é necessário arranjar mais meia dúzia, por mais que isso seja giro e moderno para os nossos mega-in do Bloco de Esquerda.

Os ultramodernos e super-respeitadores de todas as liberdades descobriram agora que Jesus, como todos nós, temos um pai no céu e outro na terra, e já agora temos também uma mãezinha que também não é dispensável no processo da criação, apesar de isso ser naturalmente um desrespeito pelas liberdades e pelos direitos humanos.

É por isso que quero louvar este gesto superlibertador do nosso sempre dinâmico Bloco de Esquerda que, com o seu giríssimo cartaz sobre os dois pais de Jesus, dá um passo de gigante na luta contra as leis da natureza. São leis opressoras, contra os direitos humanos, contra a liberdade individual de cada um e devem, portanto, ser combatidas sem preconceitos.

Eu diria mesmo que este é um gesto tão libertador como aquela célebre frase escrita nos muros de Paris no auge da festa do Maio de 68: “Deus está morto, Marx está morto, Freud está morto e eu mesmo não me sinto muito bem.”

Deus ainda não morreu, mas os nossos bloquistas não desistem da luta, para que um dia cada um, liberto das amarras de Deus, tenha o direito de criar a sua própria realidade, sem preconceitos, sem limitações dando asas a tudo o que a sua imaginação desejar. Assim mesmo é que deve ser, continuem o vosso trabalho e não se deixem intimidar com o respeito devido a quem não pensa como vocês.

Vocês são mesmo espectaculares!

Comentários
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  • Freeboy
    26 fev, 2017 Goten 11:10
    Claro ke posso ser pai de mim mesmo...deduzindo
  • Armando Afonso
    02 mar, 2016 Contumil - Porto 22:06
    Senhora: Era capaz de me explicar se 2 Pais, sozinhos, podem procriar. se 2 mães, sozinhas, podem procriar. Se em qualquer dos casos pode haver afecto de Pai ou de Mãe o que nunca é a mesma coisa que o afecto no seu simples conceito. Um humano não é mercadoria para status ou vaidades e, nunca, por mais que se faça, uma mãe ou pai de status pode sentir um filho que não lhes pertence. Por último "JÁ ALGUMA VEZ SENTIU O CALOR DE UM FILHO(A) seu?
  • António da Cunha Dua
    29 fev, 2016 Branca 18:17
    Parabéns Dra Raquel Abecasis! A esquerda radical não digere bem o seu ressentimento cultural. A esquerda radical, instrumentaliza a decisão parlamentar para uma campanha de autopromoção e para ridicularizar e provocar os crentes católicos. Celebram uma vitória de quem contra quem? Será a vitória do direito dos pares gays e lésbicos contra os direitos das crianças? Ou será que a República portuguesa sente problemas de má consciência, vivendo bem do medo e da afronta como estabilizadores de um poder que se estabiliza através de uma tática de permanente guerra civil camuflada e que se alimenta mais das armas da emoção do que das da argumentação? A ferocidade cultivada, que se constata por parte da esquerda radical numa tentativa de estabelecer uma imagem pública de catolicismo como inimigo comum, revela um estado doentio de sociedade e de civilização. Porquê tanto zelo, seja da parte de quem for? Será frustração, será recalcamento, será ressentimento ou o mero efeito de uma primariedade infantil embalada no jacobinismo que veio nas fardas dos soldados das invasões francesas... cintinuo em http://antonio-justo.eu/?p=3507
  • cecilia
    29 fev, 2016 lisboa 09:52
    Gostei do comentário, no entanto continuo a pensar que deixemos a religião separada do estado, caso esta não interfira no mesmo estado. Felizmente que o nosso estado é laico. O BE, que respeito, faz parte desse estado, portanto não misturem as religiões com a política, se bem que política é tudo o que nos rodeia. Mas tudo a seu tempo. Como vimos após 40 anos de democracia só agora é que os partidos de esquerda é que refletiram e bem, que podem ajudar mais o povo apoiando um partido, que no meu entender, não é tanto de esquerda, mas que está, neste momento, como governo, a constatar que já chega de USAR aqueles que contribuem para o país, para tentarem gerir o dinheiro que que lhes é confiado não contra o povo, mas sim a seu favor. Felizmente que não tenho religião. E, se me quiserem de chamar de intolerante, eu sou, sou contra a pena de morte, sou contra tudo que fere os direitos quer da Humanidade, onde se encontra tudo incluído, animais natureza, sou contra todas as religiões que ao longo dos séculos subjugam as pessoas, sou contra as leis que parece que foram legisladas para beneficiar quem tem dinheiro, sou contra os governos que gerem o dinheiro dos contribuintes, não a favor dos mesmos, mas contra eles etc. Em suma, sou uma eterna idealista.
  • Júlia Santos
    29 fev, 2016 Lisboa 09:46
    Em minha opinião este não é um gesto superlibertador, ultramoderno e super-respeitador...São muitos bons adjetivos que se desperdiça para tentar justificar uma péssima ideia de um grupo em que ninguém teve o bom senso de barrar. Como sempre agem por instinto, portanto, são irresponsáveis. Para começar isto vai contra o primeiro Mandamento da Lei de Deus.. Mesmo que não se acredite nisto, ou que não se tenha fé..alguém deveria ter tido a lucidez e lembrar que se deve respeitar o Santo Nome – somos um país católico… livre, porém, católico. E só lembrarmos da época da campanha eleitoral.. onde se utilizou imagens de pessoas sem autorização... veem, mesmo que não sejam os mesmos autores nas duas ações, são maus exemplos de políticas, lideradas por pessoas inconsequentes! Essa tal liberdade que querem pregar também não existe! O que existe é um esforço ridículo em tentar banalizar a estrutura da sagrada família. Isto não é preconceito, pois também acho que todos tem o direito de escolher o querem para suas vidas e tentar se realizarem e serem felizes. Contudo, acho que não se deve impor a uma criança o convívio com casais homossexuais, pois a criança ainda não tem capacidade de escolher, portanto, isto sim seria tolher sua liberdade. Exigir isto, seria egoísmo demais por parte de um grupo que diz lutar tanto pela igualdade! Para isto também existem adolescentes mais esclarecidos, jovens e até mesmo idosos a precisarem de apoio e de família – pessoas que já podem responder por si. Ok, é verdade: existem casais heterossexuais que não têm uma boa conduta.. existem casais heteros que não deveriam ter o direito nem de criar um animal, quanto mais uma criança.. tudo isto é verdade. Porém, não podemos corrigir um erro com outro. Para isto contamos com a lei dos homens e da igreja para que corrijam de uma forma justa estes vieses todos. Precisamos de atitudes e soluções sustentáveis em todas as áreas… pois se deixarmos os instintos destes irresponsáveis, caprichosos e inconsequentes aflorarem.. imaginem o que será do mundo daqui a uns 20… 50 ou 100 anos… E de Portugal?? A natalidade já é uma das mais baixas do mundo… e se as coisas forem por este caminho… de onde virão as criancinhas??? Ok.. existe a medicina, portanto, todos podem ser todas geradas em laboratório… Graças a Deus que a medicina evolui e consegue realizar sonhos de casais ou de pessoas inférteis…, mas daí.. até banalizar a situação e os recursos.. para além, da moral, dos costumes e dos valores da família.. tem um distancia muito grande! Será que queremos mesmo ir contra a natureza e a espécie humana! O ajuste da natureza e da economia não acontece no momento em que queremos… deve haver uma estrutura sólida e funcional para tal.
  • Itálico
    29 fev, 2016 Sintra 08:26
    O equilíbrio "natural", está num Pai e numa Mãe, tudo o mais é aberração. A pretensão é bem clara. Logo de pequeninos começarem a julgar natural o que é não é. Até já arranjaram o adjetivo "homófobo".
  • maria luísa
    29 fev, 2016 Algés 00:48
    Excelente, Raquel!!
  • Joana
    29 fev, 2016 Pinhal Novo 00:46
    É pá ganda modernidade.....olha que tal a zoofilia ou a necrofilia???? A ala jovem do partido liberal sueco já aprovou. Assim publicavas um cartaz multi animal. Mas o que isto???? Sem tabus nenhuns mesmo!
  • Luís Lopes
    28 fev, 2016 Brasil 21:23
    Eu embora seja politicamente contra o BE, não entendo toda esta polémica contra o cartaz do BE, por supostamente ofender os cristãos, ou seja todos os que creem em Jesus Cristo, salvo pela falta de originalidade e eventual plagio, por algum mau gosto estético da mensagem, irritando potenciais eleitores, e pelo timing de ser na Páscoa. Eu tive formação católica, mas atualmente considero-me cristão agnóstico, e sou contra dogmas e representantes infalíveis de Deus na terra. O BE ao dizer que Jesus Cristo tem dois pais, não está a insinuar que um deles era gay, como muitos podem ter ficado ofendidos, mas apenas a dizer que se pode criar um Salvador tendo dois pais, além da mãe, claro. Ou seja, pretende apenas descrever a família de Jesus como não tradicional, comparando-a com as famílias de LGBT em que o BE pretende ser o porta-voz oficial, só para ganhar votos. Mas de facto misturar religião e política nunca dá bons resultados, salvo em regimes pouco democráticos. Isto não impede que o BE tenha opiniões sobre, por exemplo, comportamentos da Igreja, e que membros da Igreja tenham opiniões e preferências políticas. A mim apenas me pareceu o BE a fazer publicidade involuntária ao Cristianismo.
  • rosinda
    28 fev, 2016 palmela 21:01
    E engracado como toda a gente quer falar daquilo que ninguem sabe!