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Manuel Pinto
Opinião de Manuel Pinto
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Cuidar da qualidade do jornalismo

07 dez, 2015 • Opinião de Manuel Pinto


Os prémios de ciberjornalismo, atribuídos nesta sexta-feira pelo ObCiber, da Universidade do Porto, já em oitava edição - que deram, de resto, um justo reconhecimento ao investimento na criatividade e na inovação feito pelos jornalistas da Renascença - aí estão para mostrar que há motivos de esperança. Não foram apenas os veteranos, mas também os mais novos, a mostrar as suas capacidades, o que não pode deixar de ser assinalado.

Um amigo salientava-me, há dias, que o jornalismo vai-se degradando de dia para dia, a ponto de se tornar primeiro, repelente e, um dia, irrelevante. Mas é necessário ter uma perspectiva do tempo para não desesperar com afloramentos de derivas que pontapeiam a ética, a deontologia e até a lei, tomando a parte pelo todo ou lendo um conjunto de factos como prova de uma decadência irreversível e geral.

Os prémios de ciberjornalismo, atribuídos nesta sexta-feira pelo ObCiber, da Universidade do Porto, já em oitava edição - que deram, de resto, um justo reconhecimento ao investimento na criatividade e na inovação feito pelos jornalistas da Renascença - aí estão para mostrar que há motivos de esperança. Não foram apenas os veteranos, mas também os mais novos, a mostrar as suas capacidades, o que não pode deixar de ser assinalado.

Outros concursos e prémios para trabalhos jornalísticos - como o Gazeta da Imprensa ou o que atribui o prémio de jornalismo sobre direitos humanos e integração, que vai ser entregue dentro de dias, entre outros, têm revelado uma reserva notável de profissionalismo, de atenção à vida social, de cuidado com os valores da profissão. O que leva a acreditar que as notícias que dão o jornalismo como moribundo talvez sejam precipitadas.

Se, como diz a sabedoria popular, ‘mais vale acender uma luz do que maldizer a escuridão’, importa ver o que fazer para dar mais espaço ao que de positivo existe e está a acontecer. Quer do lado do jornalismo quer do lado de quem precisa e beneficia do contributo dele. A ação das instâncias de crítica esclarecida do trabalho dos media é essencial e não é campo em que tenhamos progredido na última década.

A formação dos utilizadores dos media é igualmente crucial. Nesse sentido, vão-se dando passos, ainda que tímidos. Depois de, em abril passado, se ter realizado o 3.º congresso sobre literacia, media e cidadania (com as atas já publicadas), ocorreu em novembro, na Biblioteca de Albergaria-a-Velha, um encontro nacional de projectos e iniciativas sobre a educação para os media e arrancou, na semana passada, o primeiro curso de formação de formadores nesta área. São pequenos sinais de que algo mexe, no sentido de cuidar da qualidade do jornalismo e, por essa via, da qualidade do ambiente simbólico em que vivemos e de que somos também atores. E é certamente a melhor resposta à crise que, indubitavelmente, existe.

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  • Roberto Moreno
    07 dez, 2015 Lisboa 12:09
    E por falar em “qualidade do jornalismo” - Roberto Moreno, fundador e presidente da Fundação Geolíngua, convida os jornalistas, em geral, a verificar o BOICOTE que está a ser imposto ao Projecto Geolíngua, com destaque à um novo modelo de economia altruísta e auto-sustentável, no terreno e na pratica – ENDOECONOMIA (ver no Google esta palavra). - Aliás, a própria Renascença, entre outros medias, sabem de tudo e calam-se, há anos e anos. Porque será? – Alguém tem coragem de entrevistar os “jornalistas” silenciosos?! - Martin Luther King já falava – “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons” – E, neste âmbito, pergunto: Onde estão os “Bons Jornalistas”? - O mundo ficará surpreso e revoltado quando se descobrir o BOICOTE que está a ser feito pelo Governo de Portugal, via o seu Ministério da Administração Interna, com a participação da TAP e do hotel Sheraton de Lisboa, que, até tentaram processar criminalmente a Fundação em 2005, mas - o Ministério Público impediu esta acção. - Ou seja: os Processos são arquivados, quando se descobre as mentiras interpostas contra a Fundação, no campo de acção do seu Estatuto, inovador, no âmbito da promoção da Língua Portuguesa e do seu projecto de auto-sustentabilidade financeira via o conceito de Endoeconomia. - A Agência Lusa, por exemplo, tem cópia dos Processos, desde 2007, trocou Fax com o Tribunal, e permanece em SILÊNCIO !