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​Novembro é o mês do Desenvolvimento Sustentável e da Ação Climática


O futuro do planeta depende das nossas acções de agora

A Renascença associa-se ao Ano Europeu do Desenvolvimento e em cada mês destaca um tema para o qual todos devemos estar despertos. Em Novembro o destaque vai para o Desenvolvimento Sustentável e da Ação Climática.

“Satisfazer as necessidades da geração atual sem que as gerações futuras tenham de suprimir as suas próprias necessidades” é o desafio e o propósito de um Desenvolvimento Sustentável.

Perceber que os padrões de produção e consumo que temos actualmente são incompatíveis com os recursos naturais disponíveis no nosso planeta é essencial para introduzirmos mudanças.

Alguns dados que ajudam a perceber a urgência de resolução deste problema:
- Muitos países desenvolvidos têm uma pegada ecológica (medida da pressão humana sobre a natureza) elevada e uma possibilidade de reposição de recursos (biocapacidade) reduzida. Em Portugal, são precisos recursos de 2,6 planetas para manter o atual nível de vida e de consumo.
- As emissões de carbono continuam a crescer e a sua concentração na atmosfera até 2100 pode alcançar valores até 250% acima do nível de 1750. Se a União Europeia registou uma diminuição nos últimos anos, já os 3 países com maiores emissões – China, Estados Unidos e Índia, continuam a aumentar as emissões.
- A temperatura média global teve um acréscimo de 0.76ºC no último século, mas a previsão é que suba entre 1.1ºC a 6.4ºC no século atual, dependendo das medidas mitigadoras que sejam tomadas. No pior dos cenários, o nível médio da água do mar em 2100 possa aumentar cerca de 82cm comparado com o período 1986-2005.
- A biodiversidade está a diminuir drasticamente. Cerca de 9% das espécies arbóreas florestais encontram-se em risco de extinção. Segundo o Índice Global Planeta Vivo, o declínio da biodiversidade desde 1970 tem sido mais rápido nos países de baixo rendimento.

O conceito de Desenvolvimento Sustentável entrou para a agenda internacional em 1992, na Cimeira do Rio. Nesta cimeira foi ratificado, por 196 países, o primeiro grande acordo internacional para as Alterações Climáticas. Os mesmos países reúnem-se todos os anos na chamada Conferência das Partes (COP) e, em 1997, assinaram o Protocolo de Quioto - um tratado internacional para a redução das emissões dos gases com efeito de estufa (GEE) nos países desenvolvidos, que está em vigor desde 2005 e cujo fim de vigência será em 2020.
Com o aproximar do “fim” do Protocolo de Quioto torna-se necessário avaliar e adoptar novas medidas na mesma direcção. Para isso é importante adotar um novo protocolo para entrar em vigor a partir de 2020. Com a 21ª Conferência das Partes a ter lugar este ano (Dezembro), no Rio de Janeiro, pretendem-se implementar medidas de redução dos gases com efeito de estufa mas desta vez incluindo todas as partes – países desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento.

Entretanto já estão em prática alguns programas que têm tido um papel relevante no que diz respeito à ação climática. Exemplos disso são o Payments for Forest Ecosystem Services e o REDD+.

- O Payments for Forest Ecosystem Services , aplicado no Vietname, no Parque nacional de Cúc Phương, desde 2010, contribui para o reconhecimento do valor das florestas.
O programa exige que as entidades que dependem de serviços ambientais da floresta - empresas de abastecimento de água, centrais hidroelétricas e operadores turísticos - remunerem as comunidades e os indivíduos que são os donos das florestas e quem se ocupa delas.
Anualmente, o programa recolhe cerca de 60 milhões de dólares, 75 % dos quais são distribuídos pelos proprietários florestais. Em contrapartida destes pagamentos, os beneficiários comprometem-se a não abater árvores.
Um projeto do Centro Internacional de Investigação Florestal, financiado pela União Europeia, dá apoio ao governo e aos responsáveis do parque.


- Já o programa REDD+, aplicado em países como o Vietname, Indonésia, Perú, Brasil, Camarões e Tanzânia, procura reduzir as emissões decorrentes de desflorestação e da degradação das florestas. As populações são encorajadas a não abater árvores e a reflorestar os espaços, contribuindo assim para reduzir as emissões de carbono. Para que as iniciativas sejam bem sucedidas, é necessário que os custos e os benefícios sejam repartidos de forma justa. O CIFOR - Centro Internacional de Investigação Florestal - financiado pela União Europeia, investiga formas de melhorar a conceção e a execução de programas como o REDD+.


Estas são duas iniciativas que já estão a ser postas em prática, mas há ainda muito por fazer. Lembre-se: o futuro do planeta depende das nossas acções de agora!

Saiba mais sobre o Ano Europeu do Desenvolvimento em https://europa.eu/eyd2015/pt-pt.



O Ano Europeu do Desenvolvimento (AED) é uma iniciativa que vai decorrer durante o ano de 2015 em todos os países da União Europeia, com o mote “O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro”. O Ano Europeu para o Desenvolvimento foi proclamado em 2015 e tem na sua origem os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Estes objetivos foram definidos em 2000, na Cimeira do Milénio, onde estavam reunidos os dirigentes mundiais que se comprometeram a atingir um conjunto de objetivos referentes a questões como a pobreza, o ambiente e o desenvolvimento.

Em 2015, tornou-se necessária uma nova Agenda de Desenvolvimento Global e neste sentido surgiu o Ano Europeu para o Desenvolvimento. O objetivo passa por informar, sensibilizar e promover o interesse, a participação ativa e o pensamento crítico dos cidadãos europeus relativamente ao desenvolvimento global.

Ano Europeu do Desenvolvimento em Portugal:
A entidade coordenadora do Ano Europeu do Desenvolvimento para Portugal é o Camões – Instituto de Cooperação e da Língua e a embaixadora desta iniciativa a actriz Cláudia Semedo.

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