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Conheça estes "Cuidadores da Esperança" e oiça os seus testemunhos

Ana Marta Domingues , Francisca Favilla


Nesta Semana Santa partilhamos consigo os testemunhos de quem cuidou da nossa esperança ao longo de um ano de pandemia. Nos nossos hospitais, enfermarias, centros e casas de saúde, foram estes profissionais de saúde que nos fizeram acreditar em dias melhores.

Esta Páscoa, na Renascença, oiça o testemunho de médicos, enfermeiros, assistentes hospitalares e muitos outros. Além das feridas da pandemia, cuidaram sobretudo da nossa esperança. Chamámos-lhes "Cuidadores da Esperança" e eles deram-nos os seus testemunhos de fé. Pode ouvir aqui cada um deles. Venha connosco e percorra alguns dos lugares onde a fé e a esperança falaram sempre mais alto ao longo destes meses de pandemia.

Começamos pela Capela do Hospital de Santo André em Leiria.

É lá que encontramos o Padre Pedro Viva, o capelão. Conta-nos como celebrou sozinho a Missa de Páscoa o ano passado e como foi difícil fazê-lo. E como foi sentir medo e ter que o superar todos os dias… Mas só assim fazia sentido: «Sei que era ali o meu lugar, ser lugar de esperança para os doentes e para os profissionais».

Oiça o seu testemunho completo:

Teresa Souto Moura, Médica internista do Hospital S. José em Lisboa, esteve 4 meses no Hospital Curry Cabral, na linha da frente do atendimento aos doentes Covid. Foram meses muito difíceis mas houve coisas boas: a atenção para com os doentes e para o seu bem estar emocional e psicológico, a entreajuda entre colegas: «sentimos todos que estávamos a ser pressionados mas também que estávamos a cuidar uns dos outros» … Com as suas palavras conseguimos perceber o que sentiu nesses meses tão difíceis nas enfermarias por onde passou. Depois da pandemia nada será como dantes mas poderá, em alguns casos, vir a ser melhor:

Helena Gonçalves, enfermeira num Centro de Saúde da área da Grande Lisboa, viveu pessoalmente durante esta pandemia alguns dos momentos mais difíceis da sua própria existência. Mas sem nunca deixar de cuidar dos outros:

«Felizmente, como enfermeira, eu tenho a oportunidade de cuidar do outro, aliviando a dor, transmitindo esperança e alegria, com a fé que Deus existe e sabe o que quer para cada um de nós e para a Humanidade.»

José Diogo Ferreira Martins, Cardiologista Pediátrico, esteve também na linha da frente no Hospital de Santa Marta em Lisboa. Como Presidente da Associação dos Médicos Católicos contou-nos o que aprendeu com a pandemia e diz que uma das coisas mais importantes foi «a compaixão no sentido etimológico da palavra, “sofrer com”, para estarmos despertos e sermos capazes de apoiar os doentes”. Tudo o que aconteceu, diz, «tudo isto grita que precisamos de Deus porque sozinhos somos incapazes. Para darmos sentido ao sofrimento e à nossa vida». Oiça o seu testemunho completo:

Maria Alice Simão Vieira é Assistente Operacional no Serviço de Medicina do Hospital Santo André em Leiria. Muito dedicada aos doentes, também ela teve Covid-19. Com os seus 65 anos sentiu medo, mas acreditou sempre que tudo ia passar: «se tivermos fé há sempre uma esperança de que vamos sair desta crise, que vamos vencer com a proteção divina!». Vale a pena ouvir as suas palavras:

Quem cuida acaba muitas vezes por ser cuidado também por quem está a tratar… Nuno Lopes, Director da Casa de Saúde do Telhal do Instituto S. João de Deus conta-nos isso mesmo:

«Acreditem que os verdadeiros heróis são os nossos utentes que nos deram verdadeiras lições de resiliência»...

Joana Cartucho, jovem médica no Hospital do Barreiro deixa-nos um testemunho daquilo que tenta passar aos seus doentes:

«Eu gosto de acreditar que, um dia, tudo o que nos dói e nos magoa, arranha a garganta e esmaga o coração, um dia vai parar de doer»…

Maria Norton é médica anestesista do Hospital São João no Porto, dá-nos o relato na primeira pessoa do que foi, para tantos profissionais de saúde, viver este ano. Esta foi provavelmente a mais longa Via Sacra das suas vidas:

«Este ano foi para muitos de nós a mais longa Via Sacra. Com Jesus percorremos as 15 Estações. A consciência da fragilidade convoca-nos sempre a uma enorme revolução interior, mas é também lugar para a certeza de sermos profundamente amados por Deus, seguros de que em momento algum da Via Sacra Deus abandonou os Seus Filhos. »

Estes são os testemunhos de fé de homens e mulheres para quem a pandemia tem sido Via Sacra mas para quem a Páscoa é real: um sinal de vida e de dias melhores que hão de vir!

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