Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Apoio Renascença

Festeje 30 anos de Serralves

06/08/2019 • Ana Marta Domingues


Celebre com a Renascença 30 anos de um marco de referência na cultura portuguesa. Passeie por cima das árvores, conheça a obra de Olafur Eliasson, visite a casa de Manoel de Oliveira e a nova exposição que celebra a obra maior do arquiteto Álvaro Siza Vieira.

Há muito para ver e fazer em Serralves este mês:

Chama-se “Álvaro Siza, in/disciplina” e é a exposição que assinala os 20 anos do Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves. A exposição mostra mais de seis décadas do percurso de Siza com trinta projetos produzidos desde 1954. A inquietude e a insubmissão do método criativo de Siza sustentaram, ao longo de mais de seis décadas, um constante questionamento da arquitetura a partir, simultaneamente, do que está dentro e fora da disciplina.

Já imaginou o que seria visitar um jardim andando por cima das copas das árvores? Já é possível em Serralves. E o melhor de tudo é que não vai ser preciso trepar às árvores, o novo Treetop Walk é uma espécie de passadiço, um percurso elevado ao nível da copa das árvores, que não só o vai ajudar a celebrar e a ver o parque de outra forma mas também os especialistas a estudar a própria fauna e a flora de Serralves. O Treetop Walk foi desenvolvido em colaboração com o Fundo Ambiental do Estado Português e com o apoio da Ascendi e é uma forma de dinamizar ainda mais o papel relevante que a Fundação de Serralves tem tido, ao longo destes 30 anos, para a educação ambiental e para a proteção da biodiversidade…

A partir de agora vai poder ver de cima das árvores e apreciar ainda melhor esta jóia verde da cidade do Porto.

Conheça a obra contemporânea e ecológica de Olafur Eliasson, pela primeira vez em Portugal. Novas esculturas e instalações de grande escala dialogam com a organicidade do Parque de Serralves e a arquitetura do edifício do Museu projetado por Siza Vieira. Uma oportunidade para lançar um olhar sobre a sua arte que assim chega, vinda do Norte da Europa, ao Porto.

A não perder também, uma visita à nova Casa do Cinema Manoel de Oliveira e as visitas orientadas ao acervo do Realizador.

Festeje estas três décadas de Serralves com a Renascença. Tem exposições, música, dança, cinema, natureza e muito mais na Fundação de Serralves. O Outono já anda no ar!


Comece por uma VIAGEM AO PRINCÍPIO: IDA E VOLTA | 30 ANOS DA COLEÇÃO DE SERRALVES

até 03 NOV 2019


A exposição Viagem ao Princípio: Ida e Volta. Coleção de Serralves 1989–2019 assinala o 30.º aniversário da Coleção da Fundação de Serralves através da apresentação de obras da sua coleção que, de alguma forma, têm um significado e um lugar destacado na génese e na história da Coleção e do Museu. Ou porque fizeram parte do grupo do núcleo seminal de obras reunidas com vista à constituição do Museu e da Coleção, ou porque foram produzidas especificamente para Serralves (para o espaço da Casa, do Museu ou para outros espaços na cidade sob encomenda de Serralves) ou ainda porque a sua primeira apresentação pública ocorreu em Serralves ou porque aí integraram grandes exposições individuais (e recordadas como momentos fundamentais quer no percurso dos artistas quanto da história da instituição).

Esta é uma forma de escrever a história de Serralves e de sublinhar o seu papel fundamental nos percursos de artistas reconhecidos, traduzido numa relação suficientemente especial entre eles e o Museu para que muito frequentemente tenham sido produzidas e apresentadas (e adquiridas) obras inéditas.

Álvaro Lapa, António Dacosta, Ângelo de Sousa e Joaquim Rodrigo são alguns dos artistas que estiveram ligados a Serralves desde os seus primórdios e cujas obras integraram o núcleo constituído pela então Secretaria de Estado da Cultura. Entre os artistas que apresentaram trabalhos especificamente realizados para Serralves estão Mathieu Abonnenc, André Cepeda, Hamish Fulton, Runa Islam, Albuquerque Mendes, Charlotte Moth, Maria Nordman, Lygia Pape, Augusto Alves da Silva, Mariana Silva e Simon Starling que serão apresentados ao lado de artistas que tiveram importantes exposições em Serralves, casos de, entre outros, Pedro Cabrita Reis, Luc Tuymans ou Lothar Baumgarten.

Também a Casa de Serralves foi palco de grandes exposições individuais e inspiração para projetos e obras especificamente concebidos para os seus espaços. É o caso de artistas como Pedro Barateiro, Ana Jotta, Nick Mauss, Antoni Muntadas, Richard Tuttle e Luc Tuymans. Nesta exposição serão apresentadas algumas das obras nos locais da Casa para que foram concebidas, assim como obras anteriormente apresentadas noutros locais e agora instaladas na Casa, possibilitando novas leituras e interacções.

O percurso continua no Parque de Serralves – onde os visitantes se podem confrontar com obras de alguns dos mais importantes artistas, portugueses e internacionais, com trabalho realizado especificamente para os locais onde são apresentados de forma permanente – e em duas extensões da exposição em locais que simbolizam a relação de Serralves com a cidade do Porto, por um lado, e com os visitantes estrangeiros que visitam o Museu, por outro: os Paços do Concelho da Câmara Municipal do Porto e o Terminal de Cruzeiros de Leixões (+ info).

A programação de Serralves sempre se relacionou estreitamente com o Porto, quer apresentando exposições de artistas e contextos culturais afirmados naquele que é considerado um dos centros de criação artística mais ativos em Portugal, quer através de mostras realizadas para alguns espaços emblemáticos da cidade. Esta exposição dá conta dessa história, ao mesmo tempo que se projeta num presente e num futuro em que Serralves é crescentemente visitado por viajantes interessados em conhecer a região norte de Portugal, o Porto e, na cidade, manifestações culturais contemporâneas, em que se inclui Serralves. Na intersecção entre passado e futuro, entre natureza e construção, Viagem ao Princípio: Ida e Volta, exatamente como a famosa fita de Möbius, é uma viagem sem princípio nem fim. Todos a bordo!


Mais informação aqui.

VIAGEM AO PRINCÍPIO: IDA E VOLTA | TERMINAL DE LEIXÕES

Mais informação aqui.

VIAGEM AO PRINCÍPIO: IDA E VOLTA | PAÇOS DA C. M. PORTO

Mais informação aqui.

  • Local Museu, Casa e Parque
  • Dias 11 JUL 2019 - 03 NOV 2019


Nos 30 anos de Serralves celebra-se o ambiente, a educação, a arte; São inúmeros os eventos que pode escolher para festejar este aniversário de Serralves. A Renascença junta-se à festa e ajudamo-lo a preparar a sua próxima visita.


Aqui encontra a principal programação:


Olafur Eliasson

Até 14 junho 2020

O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta uma exposição de Olafur Eliasson. Esta exposição — a primeira em Portugal de um dos mais reconhecidos artistas contemporâneos — será constituída por novas esculturas e instalações de grande escala que dialogarão com a organicidade do Parque de Serralves e a arquitetura do edifício do Museu projetado por Siza Vieira.

A exposição é comissariada por Philippe Vergne, Marta Moreira de Almeida e Filipa Loureiro e organizada pela Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto em colaboração com o Estúdio Olafur Eliasson e a galeria neugerriemschneider, Berlim e Tanya Bonakdar Gallery, Nova Iorque / Los Angeles.

Encerramento da exposição no Museu: 8 de março 2020 / Encerramento da exposição no Parque: 14 de junho 2020

MANOEL DE OLIVEIRA - A CASA

Até 27 OUT 2019

A exposição inaugural da Casa do Cinema Manoel de Oliveira incide sobre as múltiplas representações da casa no cinema do realizador, tendo por foco o filme Visita ou Memórias e Confissões (1982). Produzido numa altura em que Oliveira, já septuagenário, se viu forçado a abandonar a casa onde habitou com a família durante mais de quarenta anos, com a determinação de só ser apresentado postumamente, Visita estava predestinado a um estatuto paradoxal: filme de balanço, de memórias e confissões, onde o cineasta recorda o passado ao mesmo tempo que discorre sobre as suas convicções cinematográficas. Visita é também um filme onde se antecipam muitas das realizações — de resto, a parte mais substancial da obra — que, inesperadamente, estavam ainda por vir. O tom é marcado pela despedida (de um lugar, da própria vida), mas o filme acabaria por ser mais profético do que testamentário.

Nele encontramos a mais eloquente expressão da importância que o espaço da casa assume no cinema de Manoel de Oliveira, e que se desdobra nas muitas outras casas que povoam a sua obra: aquelas que dão para a rua, como em Aniki Bóbó (1942) e A Caixa (1994) ou que, pelo contrário, enclausuram no Convento (1995) os diabólicos dilemas da intimidade de um casal. A casa-teatro da farsa burguesa em O Passado e o Presente (1972), a casa-prisão de Benilde ou a Virgem Mãe (1975), as duas casas rivais que precipitam a tragédia em Amor de Perdição (1978) ou os desenganos românticos de Francisca (1981). As casas arruinadas que, com vista param os prósperos solares vinhateiros do Douro, atiçam a erótica social em Vale Abraão (1993) ou comportamentos incendiários em O Princípio da Incerteza (2002). A casa-palco de Mon Cas (1986), onde o cinema é compelido a enfrentar-se teatralmente a si próprio, ou a casa-túmulo de O Dia do Desespero (1992), onde o realizador teatraliza a sua identificação com Camilo Castelo Branco. A casa-navio de Um Filme Falado (2003), a casa-ilha de Party (1996) ou a casa-mundo, asilo de alienados em A Divina Comédia (1991). A casa de onde se foge em O Gebo e a Sombra (2012) ou onde inevitavelmente se regressa em Je rentre à la maison (2001). O estranho caso dessa casa, simultaneamente origem e fim, que, a meio caminho entre recordações e ruínas, é percorrida entre Viagem ao Princípio do Mundo (1997) e Porto da Minha Infância (2001). Ora servindo de motivo para um retrato social do país e uma inquirição do estado do mundo, ora instituindo a construção biográfica do autor como espaço de derivação e centro de gravidade de toda a sua obra, ora, ainda, abrindo portas para o questionamento do ato de filmar e da natureza do cinematográfico, eis algumas das casas que será possível visitar nesta exposição e no ciclo de cinema que a acompanha.

Cenário, temática, símbolo, entidade dramática ou palco, a casa é o território onde se funda a relação entre o privado e o público, o individual e o coletivo. Não é por acaso que este filme da intimidade constitui um primeiro ensaio para NON ou a Vã Glória de Mandar, o grande fresco com que, volvida uma década, Oliveira questiona toda a História de Portugal, desde Viriato à Revolução de 1974. Este choque de escalas estende-se, em Visita, à tensão entre palavra e imagem, entre registo documental e recriação ficcional, entre o visível e o invisível que, além de fazerem do espaço um condensador de tempos diferentes, fazem deste filme — nisso se assemelhando a uma casa — um lugar denso onde se acumulam diálogos e olhares cruzados entre passado, presente e futuro.

Filme de partida e filme de regresso, Visita ou Memórias e Confissões mostra, como nenhum outro filme, que o cinema é uma arte espectral. Um dispositivo fantasmagórico que Manoel de Oliveira nos dá a ver — dando-se a ver — para, numa última palavra e numa derradeira imagem, demonstrar que é possível habitar um filme como se habita uma casa.

Excertos de filmes apresentados na exposição

Visita ou Memórias e Confissões, 1982

NON ou a Vã Glória de Mandar, 1990

O Dia do Desespero, 1992

Um Filme Falado, 2003

Porto da Minha Infância, 2001

Acto da Primavera, 1962

O Passado e o Presente, 1971

Benilde ou a Virgem Mãe, 1974

A Divina Comédia, 1991

Le Soulier de satin, 1985

Cristóvão Colombo: O Enigma, 2007

Inquietude, 1998


MANOEL DE OLIVEIRA: O ACERVO

Até 29 SET 2019

Integralmente depositado na Fundação de Serralves desde 2016, o Acervo de Manoel de Oliveira reúne um vasto núcleo de documentação, composto por diversos materiais de trabalho — como, guiões, fotografias, textos, desenhos preparatórios e adereços, entre outros —, além de prémios, cartazes, correspondência e de toda a biblioteca pessoal do realizador, o que constitui um precioso instrumento para aprofundar o conhecimento da sua obra, bem como da história do cinema, da arte e da cultura em Portugal nos séculos XX e XXI.

A seleção de documentos que aqui apresentamos, pensada em articulação com a exposição temporária Manoel de Oliveira: A Casa, propõe um percurso através do arquivo reunido pelo cineasta ao longo de mais de oitenta anos tendo por foco alguns dos projetos não realizados. Partindo de uma listagem em que o cineasta enumera os pedidos de financiamento recusados, especificamente no período compreendido entre 1952 e 1963, esta exposição permite antever a amplitude que, noutro contexto político e com condições de produção mais favoráveis, a obra de Manoel de Oliveira poderia ter alcançado. Mas, se esta obra – a mais extensa de todo o cinema português – conheceu inúmeras revezes e interrupções, sobretudo durante a vigência do Estado Novo, certo é também que muitos dos projetos abandonados acabariam, em parte ou no seu todo, por inspirar ou afluir noutros filmes efetivamente realizados. Além de abrir pistas sobre os processos de trabalho e obsessões de Manoel de Oliveira – olhar que é complementado pela apresentação de dois documentários: Manoel de Oliveira (1981), produzido por Augusto M. Seabra e por José Nascimento para o programa "Ecran” da RTP; e Conversazione a Porto: Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís (2005), de Daniele Segre – esta exposição evidencia a determinação e persistência com que esta obra foi construída.

Actividades Relacionadas:

VISITAS ORIENTADAS

29 SET | 12H00

Regina Guimarães

13 OUT | 12h00

Nuno Grande

27 OUT | 12h00

Ricardo Vieira Lisboa

  • Local: Casa do Cinema
  • Dias: 25 JUN 2019 - 29 SET 2019


MANOEL DE OLIVEIRA - EXPOSIÇÃO PERMANENTE

Até 25 JUN 2020

Esta exposição apresenta duas abordagens distintas do cinema de Manoel de Oliveira. Um videowall interativo propõe um percurso através da globalidade da obra do realizador. Organizados numa cronologia que é, por si só, representativa do modo como esta obra evolui ao longo de mais de oito décadas de trabalho, são apresentados diferentes núcleos de documentação relacionados com cada um dos títulos da filmografia de Oliveira. Sequências fílmicas, fotografias, textos, guiões, correspondência, desenhos preparatórios e uma ampla seleção de outros documentos abrem pistas de leitura e contextualizam algumas das questões-chave, dos processos criativos e das opções temáticas e formais que marcam a singularidade desta obra.

Num segundo dispositivo, composto por cinco projeções simultâneas e sincronizadas, testam-se possibilidades de apresentação de materiais cinematográficos em contexto expositivo. A espacialização das imagens promove um confronto entre planos e sequências que, como exercício de análise e recomposição, pretende explorar aproximações, ressonâncias entre diferentes momentos de um mesmo filme e, desse modo, explicitar algumas das particularidades formais do cinema de Manoel de Oliveira.

Sendo permanente, esta exposição pretende ser, também, uma exposição dinâmica. Além de funcionar como um repositório das atividades desenvolvidas pela Casa do Cinema em torno da obra de Manoel de Oliveira, a exposição será permanentemente renovada e reconfigurada, disponibilizando múltiplas visões do cinema do realizador.


Actividades Relacionadas

Visitas Orientadas

29 SET | 12H00

Regina Guimarães

Mais informação aqui.


Ciclo de Cinema: Portas Abertas

Local: Casa do Cinema

Datas: 25 JUN 2019 - 25 JUN 2020


GAME, SET, MATCH

Até 20 OUT 2019

A coleção de livros de artista do Museu de Serralves, orientada por Guy Schraenen até à sua morte em 2018, é uma das mais importantes da Europa. Nela estão representadas todo o tipo de tendências deste género artístico que surgiu em finais dos anos 1950, quando os artistas inventaram o conceito de "livro de artista”, uma nova e revolucionária

forma de lidar com o espaço do livro para a difusão de ideias e obras. Por ocasião do 20º aniversário do Museu, a exposição em três capítulos Game, Set, Match apresentará as mais destacadas publicações de artistas visuais em todas as áreas, analisando os três campos principais de investigação dentro do universo dos livros de artista: se no primeiro capítulo da exposição estará em foco a noção tautológica do livro de artista enquanto livro, o segundo capítulo irá refletir sobre o livro de artista como obra de arte de direito próprio, equivalente a uma pintura ou escultura; o terceiro capítulo centrar-se-á em trabalhos que se situam na interface entre livro e objeto. Em conjunto, os trabalhos apresentados são exemplos de como os artistas metamorfoseiam os aspetos correntes do livro: não destruindo as suas ideias-chave, mas antes dando-lhe nova vida e perspetivas.

Game, Set, Match: Três conceitos do livro de artista é organizada pela Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, e tem curadoria de Maike Aden segundo conceitos de Guy Schraenen.



Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.