29 mai, 2019 • Redação
Henrique Raposo considera que ter “uma dívida fiscal não é razão para sermos tratados como potenciais criminosos”. O comentador da Renascença comentava a ação conjunta da Autoridade Tributária (AT) e da GNR para a cobrança de dívidas fiscais que admitia a hipótese de penhorar na hora o carro do devedor.
“Desde os incêndios que não sentia uma fúria tão cristalina em relação ao estado. Termos uma dívida fiscal não é razão para sermos tratados como potenciais criminosos. Aquilo é um tipo de cerco policial que é montado para apanhar criminosos”, disse Raposo no espaço de debate do programa “As Três da Manhã”.
Na sua opinião, as dívidas em causa nem sequer justificam a operação. “São tostões, são pequenas dívidas, não estamos a falar de Berardos, são pessoas normais a ser tratados como criminosos pela AT e pela GNR. É mais do que alarme social, é para estarmos furiosos com o Estado e com o Governo”, acrescenta.
Também o escritor Jacinto Lucas Pires condena em toda a linha a ação das autoridades. “Por alguma razão o regime de cobrança de dívidas está tipificado na lei, faz parte das garantias dos contribuintes e dos cidadãos e é uma forma de não haver abusos do outro lado”.
Lucas Pires questiona ainda “como é que tudo começou”, considerando “espantoso como é que algo que vai contra o que está na lei consegue ser posto em prática sem a administração central saber de nada”.
Depois de anunciada a abertura de um inquérito sobre o assunto, Jacinto Lucas Pires diz esperar que esse inquérito seja “transparente” e com “conclusões tornadas públicas”.