21 mai, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
A única certeza que temos em relação ao ano 2149 é de que não estaremos cá para contar a história.
Mas, de acordo com as previsões do Fórum para a Competitividade, 2149 será (ou seria) o ano em que o país conseguiria, finalmente, atingir uma riqueza per capita equivalente à média da União Europeia.
Esta estimativa pretende, no fundo, demonstrar que o país deveria estar a crescer duas vezes mais do que atualmente. Ou seja, a níveis de 1999 e 2000, com taxas a rondar os 4%.
No entanto, em 2018, a riqueza em Portugal cresceu 2,1%, uma recuperação de duas décimas face à média da União Europeia.
A continuarmos assim, vamos crescendo, os nossos políticos vão-se congratulando com mais crescimento, mais emprego, melhores salários. Temos ouvido muito esse discurso de clima eleitoral que promete acompanhar-nos até outubro. É tudo maravilhoso.
Só que, a esse ritmo de duas décimas ao ano, Portugal corre o risco de ter um século mais 30 anos pela frente até convergir com os parceiros europeus.
Estamos na última semana de campanha para as eleições europeias. Normalmente, é a semana em que as caravanas multicolores fazem o dobro dos quilómetros de norte a sul para convencer os eleitores.
Comício aqui, arruada ali, almoço e jantar com militantes acolá. E café, muito café, isto para quem puder tomar, é claro.
Por falar nisso, sabia que a União Europeia custou mais ou menos um café por dia a cada contribuinte português em 2018?
48 cêntimos, para ser mais preciso. Foi esta a contribuição diária de cada um de nós para o Orçamento das instituições de Bruxelas e Estrasburgo.
No caso da Alemanha, cada contribuinte entregou 84 cêntimos diários dos seus impostos para a União Europeia. Já começa a ser puxado, mas não tanto como no Luxemburgo, um país com 600 mil habitantes e onde cada contribuinte entra com 1,57 euros diários.
É o mesmo que um café num bar de hotel ou duas vezes o preço médio de uma chávena em Portugal.