13 mai, 2019
Henrique Raposo discorda das campanhas de apelo ao voto, porque diz “tratam os portugueses como crianças”.
“Os portugueses sabem que têm que votar. Quando não votam porque não se sentem representados”, defende esta segunda-feira. “O problema não é das pessoas, o problema é do sistema político, que não fala para nós”, reforça.
Jacinto Lucas Pires considera, por seu lado, que “nós somos o sistema político, nós é que fazemos a política”. Apesar de considerar que “as campanhas fazem sentido”, admite que “têm de ser feitas de maneira diferente, para as pessoas de agora e usando os canais de agora”.
De recordar que o Governo gastou mais de meio milhão de euros numa campanha de apelo ao voto, mas atrasou-se a aprovar os filmes e os ‘spots’ para as televisões e rádios, pelo que ficou tudo reduzido a cerca de duas semanas.
No espaço de debate desta segunda-feira, esteve ainda sobre a mesa das isenções fiscais do setor da aviação, que a associação ambientalista Zero critica. No seu entender, um imposto sobre o combustível poderia render 500 milhões de euros/ano ao Estado, além de reduzir o tráfego e consequentemente a poluição sonora e as emissões de gases.
Henrique Raposo concorda que não podemos dizer uma coisa e fazer outra. “A sociedade europeia, que acha que é ambientalista e tem essa preocupação, não pode ser ao mesmo tempo a sociedade da Easyjet”, defende.
“Isso remete também para a questão humana: eu não quero viver em cidades que são parques disneylândias de turistas”.
Não quero viver em cidades que são parques disneylandas de turistas. Não quero. Isto não são cidades, são parques
Jacinto Lucas Pires concorda e sublinha que os 500 milhões de euros que o Estado receberia a mais com o imposto poderiam ser investidos na economia, criando mais emprego.