12 mai, 2019
O presidente do PSD considera que seria possível fazer a contagem integral do tempo de serviço dos professores na próxima legislatura e com um crescimento de PIB real de 2%, “mas não é tudo em dinheiro”.
É possível negociar com os sindicatos numa base honesta e oferecer qualquer coisa de simpático para os professores. Tudo em dinheiro e relativamente rápido não é possível. “E esse é o travão que lá pomos”, disse esta semana Rui Rio em entrevista à Renascença.
“O tempo não tem que ser reconhecido todo em dinheiro e em salário, pode ser em redução do horário de trabalho, em aposentação mais cedo para os professores que têm esse tempo acumulado”, exemplifica, acrescentado que essa lógica poderia ser aplicada a todas as carreiras especiais da função pública.
Se esta é uma pista possível avançada pelo PSD, já António Costa retira o dossier dos professores na próxima legislatura, avançou o “Expresso” no sábado. Estará assim afastada a hipótese de rever carreiras e avaliações dos docentes ou que a recuperação integral dos nove anos de tempo de serviço seja tema de negociação do PS para uma próxima solução governativa.
Mas sem garantias de maioria absoluta que consequências terá esta crise para uma eventual ‘geringonça 4.0’? Vai o PS propor a repetição da fórmula? A próxima legislatura tem condições para durar os mesmos quatro anos? A crise causou danos irreparáveis na relação entre Costa e Rio? Se Costa perdeu o amigo Rio isso é bom para o PSD? E o CDS? Os eleitores perceberam o que os políticos fizeram?
Estas são perguntas para o Conversas Cruzadas deste domingo, com Manuel Carvalho da Silva, professor da Universidade de Coimbra, Luís Aguiar-Conraria, professor da Universidade do Minho, e Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto.