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O Dia de Sexta-Feira Santa Carrega consigo os derradeiros passos, Gestos, palavras e olhares de Jesus, Sobre o árido chão da Palestina, E sobre o chão duro do nosso coração, Num pesado concentrado De dor e de amor.
Mas tudo fica condensado Nas três horas da tarde desse dia, Pois é essa a hora que guarda o «grito grande», Seguido da morte para a vida de Jesus.
Aquele «grito grande» é o sinal claro De que Jesus não está sedado, Anestesiado ou inconsciente, Mas continua ali, Naquela Cruz, Bem presente e consciente, Vivo, E que quer viver a sua entrega de dor E de amor até ao fim.
É o cálice a Ele dado pelo Pai, Por amor. Aquele sofrimento extremo é, portanto, O sofrimento dado por amor, e por amor recebido, E não imposto e apenas suportado.
Quanto amor é necessário Para reconhecer na dor e no sofrimento, Não uma coisa para doer e estoicamente suportar, Mas um dom extraordinário do amor do Pai, Uma promessa de luminosa fecundidade e felicidade!
Senhor deste Dia imenso, Ensina-nos a encher de amor intenso, A transbordar, Cada passo, Cada gesto, Cada palavra, Cada olhar!
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