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Conversas Cruzadas - Mov 5.7. Nascido a 5 de Julho - 24/03/2019

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Mov 5.7. Nascido a 5 de julho

24 mar, 2019 • José Bastos


Nuno Garoupa, Luís Aguiar-Conraria e Nuno Botelho analisam a atualidade.

Um verdadeiro 'quem é quem' de várias famílias da direita, menos representantes da direção do PSD, foi visto no Espelho de Água em Belém onde se lançou ontem, sábado, formalmente o Movimento 5 de Julho.

Miguel Morgado, deputado do PSD, ao apresentar o manifesto do Mov 5.7, indicou necessitar de todas as famílias da direita, citando-as, "liberais, conservadores, democratas-cristãos e sociais-democratas", acrescentando "sociais-democratas não-socialistas". Terá sido uma referência tácita à social-democracia de Rui Rio? Mais óbvio parece difícil, dirão alguns.

Morgado acentuou ainda que a primeira ação do Mov 5.7 – o cunho agracia a data de 5 de julho de 1979, quando Sá Carneiro, Freitas e Ribeiro Telles lançaram a AD – será elaborar um 'grande livro' sobre a direita portuguesa, bem entendido, uma obra sobre o 'cenário não-socialista' da política nacional.

O porta-voz da direcção do Mov 5.7 apelou a contributos de todas as famílias não-socialistas. Dos democratas-cristãos espera 'o entendimento moral da política e da ética social que representam', dos conservadores ' o legado civilizacional e a protecção das instituições', dos liberais 'a força reformista' e dos sociais-democratas 'a visão dos mais desfavorecidos'.

Na apresentação do Mov 5.7 foi ainda distribuído o manifesto fundador do movimento, de título "Nascido a 5 de Julho". No documento surge um diagnóstico pouco risonho da actual situação da direita portuguesa por si só a justificar a necessidade do Mov 5.7 "escolhemos os momentos como eles nos escolhem a nós".

"A direita atravessa uma crise política e cultural evidente para todos", pode ler-se no manifesto. Mas "o perigo que espreita não é menor do que a oportunidade que se abre". O que se impõe à direita é, então, "refundar-se e reconstruir-se para depois se federar". "Este é o momento para iniciar a tarefa".

Já antes na entrevista Renascença/Público, Miguel Morgado havia apelado à descentralização e desestatização da sociedade; ao comprometimento com o fim das redes de corrupção e oligarquia, em suma "uma clarificação cultural e política da sociedade".

Assim sendo, irá este movimento inspirado na AD ficar-se apenas pela reflexão? Será apenas um percurso intelectual para refundar a direita? Como irá agir depois das eleições legislativas de outubro? Será Miguel Morgado, no futuro, uma real alternativa de poder no PSD de Rui Rio?

São algumas das perguntas para Nuno Garoupa, autor do recente livro 'A Direita: da frustração à decomposição", Luís Aguiar-Conraria e Nuno Botelho, no Conversas Cruzadas deste domingo.

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