Emissão Renascença | Ouvir Online
Casa Comum
A política nacional e europeia em debate à quarta-feira às 13h05 e às 23h20
A+ / A-
Arquivo
Casa Comum - Remodelação e pressão sobre o governador - 20/02/2019

Casa Comum

O que divide PS e PSD em matéria europeia?

20 fev, 2019


No programa Casa Comum desta semana, o socialista Fernando Medina e o social-democrata Paulo Rangel falam da remodelação no Governo que foi feita a pensar nas Europeias e defenderam os respectivos partidos na visão que têm para a Europa.

A remodelação no Governo foi justificada com os ajustes necessários para a construção da lista do PS às eleições Europeias (até porque o até agora ministro Pedro Marques vai ser o cabeça-de-lista socialista), mas será que os dois maiores partidos portugueses têm diferenças tão grandes na perspectiva europeia? Em termos de políticas centrais europeias, há áreas grandes de convergência entre PS e PSD, reconhece Fernando Medina, que vê os dois partidos como pró-europeístas e pró-moeda única. No entanto admite diferenças grandes na visão que têm, por exemplo, nas políticas orçamentais e monetárias que têm orientado a Europa e Portugal. O socialista diz que "o PSD esteve na primeira linha dos que defendiam uma política de austeridade no país. Foi um partido que esteve na primeira linha, contrária à política monetária expansionista que o Banco Central Europeu adoptou e que hoje permite taxas de juro muito baixas em todos os países e a redução dos juros da dívida". Mas há também diferenças na inserção internaconal das famílias políticas... hoje em dia o PS está inserido nas famílias nacialistas e social-democratas, defensoras de uma ainda maior integração europeia, enquanto o PSD, apesar de estar no PPE, o PPE é um grupo político liderado por num candidato à Comissão Europeia que defendeu que, sobre Portugal fossem aplicadas as máximas sanções possíveis. E um PPE que está dividido. Por um lado tem uma corrente moderada, mas que está manietada pelos sectores que são profundamente nacionalistas, anti-europeístas, com pensamentos xenófobos".

Paulo Rangel rebate e diz que "tanto o PSD como muitos outros partidos do PPE, condenam as posturas de Órban e do seu partido" e lembra que o que se vive na Roménia (com casos de corrupção num Governo liderado por socialistas) "é muito pior do que o que sevive na Hungria" e "nem Fernando Medina, nem António Costa, nem Pedro Marques se expressaram contra". Rangel diz que "se o trabalho é ver quem é que tem companheiros mais recomendáveis ou menos, então o PS tem aqui muito trabalho para fazer". O eurodeputado docial-democrata recorda, ainda, que "nunca o PPE recomendou sanções contra Portugal. Aquilo que fez foi dizer que não pode haver dois critérios: um para França e Itália e outro para Portugal e Espanha".

Na perspectiva de Paulo Rangel há dossiers que vão ser centrais nos próximos anos: o dos fundos e o das migrações, mas também a reforma da zona euro.

"País que aceita esta remodelação, sem reação, está adormecido"

Sobre a remodelação governamental, o eurodeputado Paulo Rangel critica a inclusão de vários familiares no executivo. O cabeça de lista do PSD às europeias garante que nunca aceitaria um cargo num Governo ao lado de um familiar direto, em nome da transparência. “Eu se fosse marido, pai ou filho de alguém no Governo, não aceitava um cargo, por uma questão de transparência. Eu peço desculpa, mas aqui não é só isto: são primos, são irmãos, são casados, são pais e filhos. Não é um caso excecional que se pudesse justificar.” Paulo Rangel considera que é um “princípio republicano” cortar com ligações de familiares e amigos no Governo. “Um país que aceita isto, sem isto causar nenhuma reação é um país que está adormecido ou então tem duplo critério, porque posso garantir que, se o primeiro-ministro fosse do PSD, este assunto estava na agenda, nas primeiras páginas todas”, sublinha.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, considera que as críticas às ligações familiares no Governo são “canhestras”, porque toda agente sabe que são pessoas “altamente competentes”. “Os nomes que integram esta remodelação são nomes de qualidade e esta remodelação reforça o Governo e a sua coesão”, sublinha.

Sobre a censura ao Governo que foi chumbada esta quarta-feira, Paulo Rangel diz que PSD fez bem em votar a favor, mesmo que a moção não faça sentido. O social-democrata diz que a moção é apenas uma prova de vida do CDS.

Em relação à pressão sobre o governador do Banco de Portugal, Fernando Medina defende que Carlos Costa não devia ter sido reconduzido pelo Governo de Passos Coelho porque já estava fragilizado. Carlos Costa garante que não teve qualquer responsabilidade nos créditos ruinosos concedidos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas Medina considera que o governador está a escudar-se em questões processuais. Carlos Costa está demasiado fragilizado e este é apenas um caso mais, afirma Medina, para quem o Banco de Portugal ganharia com um líder renovado. Na leitura de Paulo Rangel, o governador do Banco de Portugal não é o problema, é preciso é discutir a responsabilidade de Armando Vara e Santos Ferreira pelos créditos ruinosos da CGD.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Rui
    22 fev, 2019 lisbao 10:54
    O País está´adormecido tal qual o PSD q não arranjou engenho e arte para fazer a OPOSIÇAO q era suposto fazer contribuindo para tal.O PS qer meter governador socialista só q o ultimo fez orelhas moucas aos problemas da CGD ,mudar para quê?