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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​Dividir a Europa

19 fev, 2019 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Os europeus atrasaram-se no planeamento de uma resposta ao previsível regresso dos seus nacionais que combateram pelo “Estado Islâmico”.

É manifesta a intenção de Trump de dividir os europeus. O vice-presidente Mike Pence e o secretário de Estado Mike Pompeo acarinham e louvam as “democracias iliberais” da Hungria e da Polónia. E foi em território polaco que se realizou na semana passada uma grande conferência internacional, cujo objetivo era convencer países europeus a abandonarem o acordo nuclear com o Irão, que os EUA rasgaram.

Ao que parece, esse objetivo não foi alcançado. E a seguir, na conferência de Munique sobre defesa e segurança, foram bem mais notórias as divisões entre americanos, Republicanos e Democráticos, do que entre delegações europeias.

Surge agora a ameaça de Trump de libertar mais de 800 “jihadistas” oriundos da Europa e capturados pelo exército americano, caso os países europeus não se encarreguem de repatriar esses radicais e de os julgar. Ora esta exigência de Trump, por uma vez, faz sentido.

Até agora, só a França manifestou a intenção de repatriar cerca de 130 nacionais que lutaram pelo “Estado Islâmico”. A situação atual, com aquele “Estado” reduzido a um último e pequeno reduto, era perfeitamente previsível. No entanto, os países europeus com mais combatentes pelo radicalismo islâmico não apenas não se coordenaram para uma resposta conjunta ao regresso desses radicais como não parecem ter respostas credíveis a nível nacional.

Compreende-se que as populações dos países europeus receiem o regresso desses combatentes. E é verdade que a prisão destes coloca vários problemas, como a conveniência não os juntar nos mesmos locais, para evitar novos atentados. Mas a alternativa de Trump – libertá-los –, a concretizar-se, seria bem mais perigosa para os europeus.

Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus

Comentários
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  • Fernando de Almeida
    20 fev, 2019 Porto 03:24
    Notei que o senhor fala em europeus e não em UE...Tem razão!!! Em Bruxelas os burocratas vão impondo regras e os politicos que decisões tomam? Não vale a pena continuar a fingir.Infelizmente e com grande pena minha a UE caminha para o fim
  • Joaquims Santos
    19 fev, 2019 TOJAL 13:37
    Os rebeldes, agora prestes a serem libertos, juntar-se-ão aos cardeais rebeldes a Francisco. Para além de o expulsarem de Roma, espalharão o terror nesta cidade, especialmente entre as comunidades religiosas fieis ao Papa Francisco I. Acabam também com o titulo de cidade eterna, que passa a pasto de ovelhas. O meu comentário não irá para o ar, pois fala de uma verdade próxima. Só a oração reduzirá estes nefastos efeitos. Reze não comente.