08 fev, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
O príncipe William está a dar que falar por ter ido ao Fórum Económico Mundial de Davos com um sapato com a sola rota. O momento foi captado pelos repórteres de imagem quando o duque de Cambridge conversava com David Attenborough sobre as alterações climáticas.
E os nossos primos britânicos, que adoram um bom mexerico, esqueceram por momentos a importância do assunto e não se falava noutra coisa: o filho mais velho de Carlos e Diana de Gales com um sapato roto aos olhos dos líderes e da opinião pública mundial.
Podia ter sido um acidente, só que esta não foi a primeira vez que um membro da família real britânica apareceu em público com os sapatos rotos. No verão de 2018, o príncipe Harry – irmão de William – foi a um casamento com os sapatos estragados na sola. Ou seja, quem quiser oferecer algo útil aos meninos, já sabe: sapatos.
E por falar em sapatos, portugueses, bem que uns davam imenso jeito aos príncipes britânicos. Pode ser que algum cliente inglês visite a maior feira de calçado do mundo que arranca este fim de semana em Milão.
Portugal vai estar representado por 80 empresas que exportam 95% dos sapatos que produz. São mais de 80 milhões pares que valem perto de dois mil milhões de euros.
O setor exporta para muitos sítios, mas os ingleses continuam a ser um desafio, porque as vendas caem há anos e o problema não é de agora, nem é culpa da incerteza pela possibilidade de um Brexit.
Os industriais do calçado reconhecem que o problema está no preço. 90% das compras inglesas proveem da Ásia e quem quer qualidade tem que a pagar. O problema é que para os ingleses, o problema resolve-se facilmente: ou andam de sapatilhas ou com sapatos rotos.
No entanto, este aparente desmazelo de suas altezas reais parece não fazer grande diferença nas preferências dos britânicos. Sobretudo, quando se pergunta quem é que eles gostariam de ver na primeira linha de sucessão.
A resposta é esmagadora. Num universo de 1500 britânicos que responderam a uma sondagem do jornal "The Independent", William arrecada 46% da popularidade. Ou seja, 690 em 1500 britânicos preferem que o príncipe Carlos abdique da coroa a favor do filho mais velho.
Só um quarto dos britânicos veria com bons olhos que o ex-marido de Diana de Gales assumisse o trono à morte da mãe, Isabel II, atualmente com 92 anos.