22 jan, 2019
Theresa May, primeira-ministra britânica, herdou do seu antecessor, David Cameron, um referendo sobre a UE, realizado em junho de 2016. Contra o que Cameron esperava, a saída da UE ganhou. E com isso multiplicaram-se os conflitos sobre a Europa no partido conservador – que, ironicamente, Cameron pretendia eliminar.
Então ministra do Interior, T. May votou “ficar na UE” no referendo. Mas, ao assumir o cargo de primeira-ministra (Cameron demitiu-se), entendeu ser seu dever democrático cumprir a vontade popular expressa no referendo. Por isso recusa adiar a saída da UE, bem como um segundo referendo, por muito que a campanha do primeiro tenha sido recheada de fantasias e puras mentiras. T. May também rejeita comprometer-se a evitar uma saída do Reino Unido da UE enquanto não houver acordo.
Assim, a primeira-ministra não larga o acordo de saída que negociou com a UE, apesar de este ter sido estrondosamente derrotado na Câmara dos Comuns. O “plano B”, redigido em três dias e que ontem May apresentou no parlamento britânico (que o votará no próximo dia 29), não poderia deixar de ser um “flop”. Ou melhor: não houve plano B algum.
A UE tem repetido vezes sem conta que não renegoceia o acordo de saída, apenas poderá modificar a declaração política que o acompanha e que não tem força de lei. Ora, entre os 432 deputados britânicos que votaram contra esse acordo, muito poucos aceitariam apenas uma mudança na declaração política.
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