07 jan, 2019 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Imagine que fica preso dentro de um elevador e que faz parte daqueles 4 a 5% da população mundial que sofre de claustrofobia. Mesmo que seja só por meia dúzia de minutos, pode ser uma experiência profundamente desagradável.
Em 2001, uma equipa de investigadores norte-americanos observou as câmaras de vigilância de 15 elevadores de edifícios públicos e concluíram que dois em cada três homens preferem ficar na parede oposta à saída ou, em alternativa, o mais ao centro possível do elevador.
É a localização que permite manter sob controlo todo o espaço visual, ao mesmo tempo que interdita a aproximação alheia.
Já deve ter reparado que há pessoas de braços cruzados ou de mãos na cintura que olham para si de alto a baixo como se tivessem sensores de estacionamento.
Mais: se o trajeto for acima do 10.º andar, é provável que vá ao bolso pegar no telemóvel só para não interagir com outra pessoa.
Parece estranho, dito desta forma. Mas, como diz o dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues, “visto de perto, ninguém é normal”.
Um outro estudo realizado pela plataforma YouGov sugere que 66% das pessoas nunca falam dentro de um elevador, 13% porque não gostam de falar com estranhos, e 17% admitem mesmo que não entram na caixa metálica se alguém com quem não simpatiza também entrar. E depois, há os preguiçosos: 28% dizem sentir alguma irritação quando percebem que um edifício até aos dois pisos não tem elevador.
Mas há um lado positivo: se tiver de subir a escada pode cansar-se, mas pelo menos não corre o risco de ficar preso no elevador.
Agora, se a companhia do sobe e desce fosse Beyoncé, aí o caso mudava de figura. A cantora norte-americana é a parceira de viagem eleita por 40% dos inquiridos para se ficar preso num elevador.
Já Donald Trump e Kim Jong-un são os que geram menos empatia.