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O Mundo em Três Dimensões - Idade da Reforma - 07/12/2018

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Três em cada quatro portugueses temem não ter rendimentos na velhice

07 dez, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Quando chegar à reforma, já pensou se vai ter dinheiro para uma velhice tranquila? Relatório do Eurofound revela que três quartos dos portugueses afirmam ter medo de uma velhice sem rendimentos para uma vida minimamente digna.

66 anos e cinco meses. Esta vai ser a idade legal para a aposentação em 2019 e em 2020.

Mas, quando chegar à reforma, já pensou se vai ter dinheiro para uma velhice tranquila? Ou tem receio que isso possa não acontecer?

Não sei se é este nosso lado mais pessimista, se é a perceção de que uma eventual crise nos deixa mais vulneráveis do que outros países.

O relatório do Eurofound sobre insegurança social revela que três quartos dos portugueses afirmam ter medo de uma velhice sem rendimentos para uma vida minimamente digna. A diferença entre homens e mulheres é de apenas 3%. Sendo que, entre os 28, são sempre as mulheres as mais preocupadas com esse cenário. 75 contra 72% no caso português

Em Espanha, o cenário repete-se. Mas são os gregos os mais preocupados com as condições de vida na velhice. 83% dos homens, 88% das mulheres.

Nos últimos anos, partilhámos com os gregos o fardo das contas desarrumadas, apenas resolvido graças à ajuda externa. Lá para meados do século, seremos companheiros de ranking, mas agora entre os mais velhos do mundo.

Se atualmente, 28% da população portuguesa tem 60 ou mais anos, em 2050, a percentagem deverá aproximar-se dos 42%. E se esse cenário se confirmar, Portugal passará a ser o terceiro país mais envelhecido do mundo. Logo a seguir, vem a Grécia (41,6%).

Será talvez essa a razão para tantos receios num sul da Europa que é um sério candidato à demonstração cabal das previsões para o envelhecimento.

Os últimos anos tiveram a crise económica, que trouxe consigo o receio das famílias em terem mais filhos e a emigração que levou muitos jovens que não pensam regressar, pelo menos tão cedo.

A população contrai e envelhece. Seremos cada vez menos, e cada vez mais velhos.

Daí as perguntas: quem vai financiar as nossas reformas? E haverá dinheiro para todos?

Nesta perceção de estabilidade, estamos muito aquém da média europeia, que oscila entre os 58 e os 54%. E ainda mais aquém dos países do centro e do norte da Europa.

O curioso é que os intervalos de percentagem entre homens e mulheres são muito curtos no sul da Europa.

Por outro lado, apesar de em termos absolutos, o resto da Europa ser mais confiante em relação à velhice, o fosso entre homens e mulheres aumenta.

Por exemplo, na Dinamarca, que é o país que demonstra ter mais confiança em termos de segurança de vida na terceira idade, 32% das mulheres dizem sentir algum receio de não ter dinheiro para uma velhice digna. No caso dos homens, são 23%. Cenário idêntico ao da Suécia.

Já na Áustria, o receio quanto ao envelhecimento sem condições de vida divide-se em partes iguais: 36% nos homens. 36% nas mulheres.

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