06 dez, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Era uma vez uma cozinha onde se encontraram os melhores chefs do mundo. Um italiano, um catalão e um argentino, os três primeiros da lista dos 50 melhores chefs mundiais.
Nessa cozinha, fizeram o jantar para 300 pessoas que, todas juntas, ajudaram uma associação de solidariedade que distribui mais de sete mil refeições gratuitas em Nova Iorque aos sem abrigo e às famílias carenciadas, a "God's Love We Deliver".
Porque o Natal nova-iorquino não se resume a um pinheiro gigantesco de 13 toneladas, que viajou 260 quilómetros da Pensilvânia até Manhattan, que tem 25 metros de altura, e que ganha outra vida graças às 45 mil lâmpadas LED unidas por 10 quilómetros de cabo e uma estrela feita de 25 mil cristais verdadeiros que pode custar 1,5 de dólares.
Números exorbitantes que chegam - e sobram - para descrever a maior árvore de Nova Iorque, a cidade onde é tudo à grande, ou tamanho XXL, se preferir.
Grande em tudo, a começar pelo tamanho: para ter uma ideia, só a cidade de Lisboa cabe oito vezes em Nova Iorque que, com os seus 8,6 milhões de residentes tem 17 vezes mais pessoas do que a capital portuguesa.
Muita gente, muitos contrastes. Muito a fazer, numa cidade de pelo menos 1,7 milhões de pobres.
Numa cidade que quer ter menos 800 mil pessoas em situação de pobreza em 2025.
Mas que precisa de organizar mais jantares exclusivos com chefs distinguidos com as famosas estrelas Michelin. Jantares de cinco mil dólares (4.410 euros) como o desta quarta-feira à noite, para que quem mais pode ajude quem mais precisa.
Na cidade em que o cartão de visita é uma Estátua da Liberdade.
Mas ninguém é livre se for pobre. E nesta altura do ano, a luz que encanta 500 mil visitantes junto à árvore da Rockefeller Plaza pode dar um belo postal natalício.
Mas só conta uma parte da história da cidade que não dorme.