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O Mundo em Três Dimensões - Lâmpada - 09/11/2018

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Lâmpada incandescente está acesa há 117 anos

09 nov, 2018 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)


Pode uma lâmpada incandescente ser uma atração turística? Pode, se estiver acesa sem interrupções há mais de 100 anos no mesmo lugar.

E quando, de repente, carrega no interruptor da luz e a lâmpada não acende? Fundiu, e lá vai ter de subir para cima da cadeira e trocar. Problema resolvido. Mas por quanto tempo?

Prever a vida útil de uma lâmpada é sempre incerto. Mas os especialistas em iluminação dizem que as de díodo emissor de luz, vulgo LED, são as melhores das melhores. Produzidas para durar entre 30 mil e 50 mil horas, são um recorde de longevidade quando comparadas com a vida de outras lâmpadas.

Uma lâmpada LED com uma utilização diária de 4 horas pode durar 20 anos. Mas não precisa de ir a correr comprar lâmpadas LED para tudo o que dá luz lá em casa porque isto são meras estimativas. Vá substituindo à medida que for precisando.

Bom mesmo era ter lâmpadas que durasse mais de 100 anos. Na verdade, existe uma lâmpada que está acesa dia e noite, 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. Só podia ser na América.

A Centennial Bulb, ou lâmpada centenária, é um engenho luminoso de filamento incandescente suspenso no teto do átrio do quartel dos bombeiros de Livermore, no Estado da Califórnia, desde 1901.

Está acesa dia e noite há 117 anos (completos a 18 de junho deste ano). Tem mais de um milhão de horas de utilização. Regista apenas 22 minutos de inatividade, quando foi trocada de lugar.

Parece impossível, mas pode até fazer sentido. É que o desgaste em acender e apagar lâmpadas incandescentes é maior do que quando elas permanecem acesas continuamente. Porque os filamentos aquecem e arrefecem, o material dilata e contrai, surgem microfissuras nos filamentos, que acabam por partir. E adeus lâmpada.

Esta podia ser uma lâmpada incandescente qualquer, mas 117 anos depois, é a invenção que me fez pesquisar não por Thomas Edison mas por Adolphe Alexandre Chaillet. Um dos mais notáveis especialistas em engenharia eletrotécnica, viveu 47 anos até 1914.

Morreu 13 anos depois da lâmpada que continua a dar uma ténue luz de quatro watts no quartel dos bombeiros de Livermore, na Califórnia. Uma pequena atração turística numa pacata localidade norte-americana com 90 mil habitantes.

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  • JOAQUIM S.F. SANTOS
    09 nov, 2018 TOJAL 09:01
    A lâmpada de incandescência quando foi inventada, à semelhança de muitos outros produtos, estava preparada para ter vida eterna. Porém os homens viram que era um mau pressagio, e criaram outras lâmpadas, limitadas a uma duração de 2000 horas de vida útil. Desta premissa resultou a fabricação de produtos de vida limitada. Causa principal da poluição ambiental dos nossos dias.