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Jesus, Tu bem sabes, só consigo rezar agarrada à normalidade dos dias… na semana passada, morreu uma tia, idosa e doente.
Poucas horas antes de morrer, estivemos de mãos dadas, num quarto de hospital; à nossa volta tudo funcionava com normalidade, a televisão ligada, o barulho no corredor, a cama do lado a ser mudada entre exclamações de cansaço e conversas banais.
Mas nós debruçados sobre o corpo quente e sofrido da nossa tia, rezávamos baixinho, falávamos da família, das ultimas graças dos mais pequenos. Incertos da sua compreensão, mas incapazes de não lhe dizer o que sentíamos, as palavras fluíam e assim ficamos, de pé, de mãos dadas, numa conversa tranquila, feita de amor.
Olhando para trás, percebo que naquele quarto de hospital, por minutos, tocámos a certeza do céu. A fragilidade do seu corpo, a expressão do seu sofrimento, eram muito reais mas a memória da sua ternura por todos, o testemunho da sua Fé, o abandono da sua vida, tudo nos falava de Ti.
Nesta manhã eu Te peço que nos ajudes a viver todos os dias, conscientes da Tua presença, certos da eternidade onde não há tempo, nem dor, nem saudade…
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